As 7 notícias ruins que o Datafolha trouxe para Aécio Neves – e o porquê disso

Aécio caiu no Sudeste e nos segmentos da classe média, enquanto sua rejeição se tornou maior do que Dilma; campanha petista eficiente na tarefa de "desconstrução" e problemas regionais são fatores que explicam queda

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As pesquisas realizadas ontem não trouxeram boas notícias para o presidenciável Aécio Neves (PSDB), enquanto Dilma Rousseff (PT) tem motivos para comemorar. 

A pesquisa realizada pelo Datafolha nesta segunda-feira mostrou uma significativa melhora de Dilma na corrida eleitoral, com Dilma apresentando 52% dos votos válidos contra 48% de Aécio, anteriormente, a vantagem do tucano era de dois pontos: 51% a 49%. Do total de votos, Dilma subiu 3 pontos para 46% contra os 43% de Aécio (anterior 45%). O total de brancos e nulos é de 5% (anterior 6%), enquanto que os indecisos permaneceram em 6%.

Dentre as notícias ruins para o Aécio, a primeira é de que Dilma cresceu principalmente em cima do eleitorado do tucano, aponta a LCA Consultores.

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Em segundo lugar, destaque para o crescimento de 6 pontos percentuais de Dilma na região Sudeste (para 40%), em terceiro, o seu avanço entre as mulheres (de 42% para 46%) e, em quarto lugar o seu forte crescimento junto ao eleitorado com renda entre 2 e 5 salários mínimos, afirma a LCA. Neste estrato de renda, Aécio tem 46% contra 43% de Dilma. Anteriormente, sua vantagem era de 11 pontos percentuais.

De acordo com a LCA, provavelmente isso se explica pela melhor avaliação do governo Dilma para 42% e a queda de sua taxa de rejeição 39% contra 40% de Aécio, explicam esse crescimento da candidata incumbente.

Outro ponto favorável (o sexto) para Dilma é que 45% dos eleitores votarão com certeza nela, enquanto a taxa de convicção de Aécio é de 41%. Em sétimo lugar, está o quadro para o número de indecisos: 31% admitem que podem votar em Dilma e 24% em Aécio. 

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“Estes números traçam um quadro favorável à reeleição de Dilma. Resta a Aécio intensificar sua campanha contra a petista e apostar no debate da Rede Globo na próxima sexta-feira”, afirma a consultoria.

Motivos e dificuldades
Mas quais seriam os motivos para que houvesse esta virada? São vários, conforme apontam diversos colunistas e especialistas em política. Conforme aponta o colunista do G1, Gerson Camarotti, a maior preocupação do comando da campanha de Aécio é frente o Sudeste, em que o tucano viu sua vantagem ser diminuída consideravelmente. 

No Rio de Janeiro, os tucanos reconhecem que há desvantagem de estrutura, já que Dilma tem os dois palanques do segundo turno no estado: o de Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o de Marcelo Crivella (PRB). Já em São Paulo, a preocupação é de que a crise hídrica possa influenciar na reta final, diminuindo a expectativa inicial da vantagem prevista no estado.

Já em Minas Gerais, outras preocupações. Reconhece que os tucanos têm condições de vencer no estado, mas teria que abrir uma vantagem de quase 2 milhões de votos no seu estado, o que, hoje, é um número difícil de ser alcançado.

A pesquisa mostrou, aponta Camarotti, que a campanha de “desconstrução” da candidatura de Aécio e atrelá-lo à ideia de ser o candidato dos mais ricos têm sim afetado.O Datafolha mostra que, para 56% dos eleitores, Aécio é quem mais defenderá os ricos, enquanto este índice é de apenas 17% para Dilma.

Conforme aponta a consultoria Arko em relatório, a vantagem numérica traz boas notícias para Dilma, ainda mais após a maior parte dos debates apontarem Aécio com o melhor desempenho. A campanha de descontrução foi eficaz principalmente em relação à classe C, que concentra mais de um terço do eleitorado. 

“O crescimento do número daqueles que não votam de Aécio de jeito nenhum mostra a eficiência da campanha negativa operada pelo PT no horário eleitoral e nas redes sociais”, afirma a Arko. Porém, ainda não se pode apontar para favorito, afirma a consultoria: “como os dois candidatos estão tecnicamente empatados, será fundamental a atração dos indecisos para o desfecho desta acirrada eleição”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.