As 5 medidas que Dilma deve – e as que não deve – adotar, segundo o FT

Segundo blog do jornal britânico, probabilidade de reformas realmente virem a se efetivar são pequenas e presidente não está preparada para tomar medidas muito radicais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após uma reunião com governadores e prefeitos na segunda-feira (24) em resposta aos maiores protestos no Brasil em quase uma década, a presidente Dilma Rousseff propôs a adoção de 5 pactos nacionais, que vão desde o aumento da responsabilidade fiscal, passando por melhorias na saúde, educação e transporte. 

Contudo, o pacto é visto com ceticismo até pela imprensa internacional, como destaca o blog Beyond Brics, uma vez que, dada a lista, a probabilidade das mudanças se efetivarem é bastante pequena. Desta forma, o blog propõe 5 medidas que a presidente da República deve tomar mas que, segundo a publicação, também devem ser difíceis de acontecer.

“O cerne da questão é que, em última análise, não é do interesse político da presidente ser vista tomando medidas radicais nesta fase. Isso seria como admitir que ela é o problema. É por isso que ela tem procurado incluir o Congresso e os governadores e prefeitos em um diálogo nacional”, aponta. Neste sentido, em meio à pressão pública direta, o Brasil deve acelerar o ritmo “glacial” de mudanças no sistema, afirma.

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Os pactos da Dilma:

1. Manter a responsabilidade fiscal – conforme aponta o Beyond Brics, o cenário é de deterioração nas contas públicas e é difícil ver como os governos vão ” se manter na linha” em meio a maior pressão sobre o aumento da qualidade dos serviços públicos. 

2. Realização de referendo para adotar reforma política – desnecessário, pois o Congresso poderia implementar a reforma caso quisesse, além de poder se perder no sistema político de labirinto do Brasil.

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3. Combater a corrupção, classificando-a como um crime hediondo – já é um começo, aponta o blog, mas vai ser pouco determinante sem um sistema legal eficiente funcionando. 

4. Acelerar os investimentos em hospitais e clínicas – “não seria mais do que o trabalho do governo, mas é melhor do que nada”, aponta o blog.

5. R$ 50 bilhões de investimentos em transportes – neste caso, o blog do FT questiona: o verdadeiro problema não é a quantidade de dinheiro, e sim a implementação?

O que o Beyond Brics acha que Dilma deveria fazer:

1. Reduzir o gabinete de ministros de 39 para 15 – porém, aponta, a probabilidade disso acontecer é nula, uma vez que “ninguém quer ser oposição no Brasil”.

2. Apresentar uma visão de curto, médio e longo prazo para a economia brasileira, baseada em maior ortodoxia econômica – assim, aconselha, o gabinete deve ser mudado para incluir pessoas mais experientes e gabaritadas. Entretanto, a probabilidade disto acontecer também é pequena, por ser doloroso aos interesses políticos, aponta.

3. Insistir que os “mensaleiros” condenados, incluindo de seu partido, sejam imediatamente suspensos do Congresso – mas a probabilidade disso acontecer também é pequena, uma vez que, segundo o blog, a Dilma não pode se dar ao luxo de enfrentar o partido.

4. Introduzir reformas para acelerar os processos judiciais de modo que nenhum dure mais do que 5 anos – probabilidade de ocorrer é pequena ao também se defrontar com questões políticas.

5. Reduzir a burocracia – por exemplo, permitir que empresas possam ser abertas em 3 dias ao invés de 121. Entretanto, “País está preso na burocracia”, aponta o blog. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.