As 12 variáveis que podem determinar o impeachment ou enterrá-lo de vez, segundo a Arko

Timing de votação, modo como será votado, ambiente de plenário, Operação Lava Jato e mais variáveis devem ser levadas em conta - e tudo pode mudar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio às movimentações tanto dos pró-impeachment quanto dos anti-impeachment para vencer a guerra na Câmara dos Deputados, a Arko Advice ressalta que a tendência é de aprovação do processo na Câmara, mas a batalha ainda não está definida.

A Arko segue com probabilidade de 60% do impedimento de Dilma acontece. Porém, destaca que há 12 variáveis decisivas para consolidar a tendência pró-impeachment ou a sua reversão. Neste sentido, cabe lembrar da matéria do jornal O Estado de S. Paulo do último final de semana, em que aponta 261 votos favoráveis ao impedimento, faltando 81 votos para que se consiga a maioria necessária de 342 votos. O governo tem apenas 117 deputados que se declararam contrários ao impedimento.

Enquanto isso, a disputa está aberta, pois há um percentual de indecisos e que não foram localizados que não é desprezível. Para que o impeachment seja aprovado, a oposição tem que conseguir o apoio de 60% deste contingente.

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“Considerando o pouco tempo para a votação do parecer, o governo está sufocado pelo calendário e pelos desafios que se apresentam. Os obstáculos a serem vencidos para que a oposição faça valer seu atual favoritismo são igualmente impressionantes. Mesmo depois de vários erros e desgastes do Planalto, os votos para aprovar o impeachment ainda não estão garantidos”, afirma a consultoria. 

Veja abaixo os 12 eventos que podem mudar o cenário do impeachment (para os dois lados): 

1. Timing – a Arko lembra que votação no plenário da Câmara deverá ocorrer entre os dias 15 e 20 de abril, com cerca de 15 dias para que o governo trabalhe os indecisos em busca dos votos que lhe faltam. 

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2. Votação – o voto será nominal e aberto, favorecendo a pressão popular, no momento mais favorável ao impeachment. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já decidiu que a ordem da votação deve ser do Sul para Norte, o que é ruim para o governo, pois o Sul tem um maior viés pró-impeachment, destaca a Arko, lembrando que essa decisão poderá ser contestada pelo governo. Quando Fernando Collor foi julgado, seguiu-se a ordem alfabética.

3. Plenário – o ambiente de plenário influencia no resultado, já que muitos deputados podem mudar o voto a partir da “sensação térmica” do ambiente, ressalta a Arko, o que reforça a importância do item 2.

4. Lava Jato – a imponderável Operação Lava Jato também é destaque na análise, com novas denúncias e delações podendo impactar profundamente o processo, diz a consultoria. Em especial, se atingir os “top five” protagonistas: Dilma Rousseff, Lula, Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros.

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5. Guerrilha jurídica – várias ações diversionistas estão sendo adotadas por alguns aliados do governo, com os advogados podendo pedir o impeachment de Temer pelo mesmo motivo do impeachment de Dilma. 

6. Eduardo Cunha – partidos aliados, caso do PCdoB, fazem instruções para que seus diretórios a entrar com ações populares contra o presidente da Câmara. Se ele for afastado, a tramitação do processo poderá ter atrasos e contratempos.

7. STF – muitas decisões importantes do radar do Supremo, como decidir se a nomeação do ex-presidente Lula para o ministério da Casa Civil é legal ou não, se Cunha deve ser afastado ou se Dilma praticou ato para obstrução de Justiça.

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8. Formação da nova base do governo – enquanto o PMDB saiu da base, outros partidos ganharam peso na formação do governo, como PP, PR e PSD. Eles possuem 122 votos e são o alvo preferencial. Se a reforma ministerial for bem sucedida para o governo, as chances de aprovação diminuem sensivelmente, afirma a Arko.

9. PGR – o fator PGR também deve ser monitorado, uma vez que ela deve pedir a abertura de inquérito no STF contra 70 parlamentares, o que pode alterar o humor deles sobre o impeachment. 

10. Popularidade – neste quesito, Dilma segue em baixa, conforme destacou o novo Ibope, com 82% reprovando a sua administração. 

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11. Lula – mesmo “ferido”, o ex-presidente tem condições de ajudar Dilma, ainda mais após a decisão do STF.

12. Manifestações – por fim, estão as vozes das ruas, também dissonantes, tanto com adversários quanto defensores do impeachment se mobilizando. A Arko ressalta que o clima de tensão pode aumentar e há riscos concretos de embates violentos. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.