Artistas pró-Aécio falam em perseguição e relembram discurso do ‘medo’ de Regina Duarte

"Se tivesse no segundo turno um partido do satanás e o PT, eu votava no partido do satanás", disse Sérgio Dantino, proprietário do Teatro Frei Caneca, onde ocorreu o evento

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em 2002, na então campanha de José Serra (PSDB) para a presidência, a atriz Regina Duarte falou que sentia medo sobre uma possível vitória de Lula nas eleições. Agora, 12 anos depois, artistas voltam a falar no “medo” e começam a dizer que estão sendo perseguidos pelo atual governo, o qual chamam de ditadura.

Esse é o discurso de pessoas como o cantor Lobão, a atriz Lucia Veríssimo, o ator Fulvio Stefanini e o empresário Sérgio Dantino, que na noite de segunda-feira (13) falaram para uma plateia pequena no Teatro Frei Caneca, em São Paulo. Com capacidade para cerca de 600 pessoas, o evento em favor da campanha de Aécio Neves (PSDB) não tinha mais que 200 pessoas, sendo que entre os ausentes estavam nomes como a própria Regina Duarte e o ator Lima Duarte.

“Neste momento nós estamos vivendo uma ditadura, sem nenhum tipo de hipérbole. Estamos sendo muito cerceados na nossa liberdade”, disse Lobão, que também afirmou que no primeiro turno não votou em nenhum candidato: “não saí de casa”, completou. “O povo brasileiro está descrente. Todos os dias eu vejo gente dizendo que quer se mudar para Miami”, continuou o cantor.

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“Acho que nós deveríamos ficar aqui e dar as passagens para o Lula e para a Dilma. Eles vão, a gente fica”, completou o Stefanini, enquanto o público gritava “Para Cuba, não para Miami!”. Na mesma linha de discurso, a atriz Lucia Veríssimo se disse perseguida – mas não disse por quem -, aproveitando para declarar sua paixão pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quem ela chama de “imperador”.

Lobão também falou sobre isso e completou dizendo ainda que tem sofrido ameaças de morte por suas críticas ao PT, mas negou que tenha medo. “Eu não tenho medo, eu sou o Lobão”, disse o cantor. “Eu não tenho medo, mas eu tenho c…. O País está numa decadência terrível, você acha que eu vou ficar aqui dando sopa? Eu não tenho medo de enfrentar. Mas eu posso levar uma emboscada, alguém pode entrar na minha casa e me incendiar. Uma coisa é você não ter medo, outra coisa é você ser imprudente”, completou, ressaltando que irá deixar o Brasil caso a presidente Dilma seja reeleita.

“Se tivesse no segundo turno um partido do satanás e o PT, eu votava no partido do satanás. Nós somos anti, somos contra esse regime atual”, disse Sérgio Dantino, que é proprietário do Teatro Frei Caneca onde ocorreu o evento.

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Os artistas também falaram sobre o tema da “divisão” que as duas candidaturas têm criado, com petistas afirmando que um governo tucano seria voltado para as elites, onde seriam realizadas muitas privatizações. “Me disseram que se eu votar no Aécio, vão privatizar meu c…. Mas meu c… sempre foi privado”, disse Lucia.

Meia-entrada
Outro tema que foi abordado foi o fim da meia-entrada em eventos culturais, fato que todos os presentes são a favor. “Com o perdão da expressão mais uma vez, mas essa coisa de meia-entrada é o que se chama de gozar com o pau dos outros”, disse Lúcia, criticando o fato de que os 50% da meia-entrada saem do bolso dos artistas. “Eu preciso pagar contas. Todos precisam”, completou.

“A gente não tem um show business que anda pelas próprias pernas por causa da meia-entrada. Nenhum artista fala porque não é popular”, afirmou Lobão, que disse ainda que a UNE (União Nacional dos Estudantes) virou uma “fábrica de carteirinhas”. “Tendo que ir atrás de um ‘Bolsa Rouanet’, você vira um artista chapa branca. Perde o sentido de subversão do artista”, completou o músico.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.