Arko: Dilma teve dificuldades em “desconstruir” Aécio e impor sua agenda no debate

Porém, ainda é difícil de saber qual é o impacto disso para o eleitor; próximos debates e campanhas serão fundamentais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O debate de ontem do SBT foi tido como o mais agressivo de todos, com acusações pessoais muito fortes entre os dois candidatos à presidência, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). 

De acordo com o cientista político da Arko Advice, Cristiano Noronha, contudo, Aécio Neves (PSDB) se saiu melhor neste debate, ao contrário do de terça-feira, quando ficou mais na defensiva. 

O debate foi pouco propositivo, mas Aécio conseguiu explorar temas da agenda econômica e voltou a abordar temas como corrupção, inflação e baixo crescimento. 

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“Na atual situação de empate técnico, ambos passaram a encarar uma disputa bastante acirrada e ver o debate”, afirma Noronha. Em relatório a clientes, a Arko destacou que os dois candidatos trataram o evento como uma “questão de sobrevivência”, em meio às últimas pesquisas. Aécio viu sua rejeição aumentar e a avaliação do governo melhorar; e Dilma tem
visto que os ataques a Aécio não tem tirado votos do tucano, que continua dois pontos à sua frente. Desta forma, o debate do SBT foi um dos mais quentes da campanha. 

Neste debate, afirma Noronha, Dilma se saiu “pior”. Para ele, a petista tinha conseguido se equiparar a Aécio no debate de terça, o que já é visto como um ponto positivo para ela já que ela costuma se sair pior nos debates. Mas, no de ontem, ela não conseguiu “descontruir” o tucano.

A presidente encontrou dificuldades para pautar o debate comparando os 12 anos de gestão do PT com os oito de governo FHC, assim como para tentar desconstruir a gestão de Aécio como governador de Minas Gerais”, afirmou a Arko. 

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Enquanto isso, o tucano foi mais eficiente em focar no governo de Dilma para deter aspectos negativos da economia e denúncias de corrupção. Aécio, sempre quando Dilma buscava falar das gestões passadas, destacava ainda que era preciso olhar para o futuro. 

E quando ele foi atacado sobre supostos casos de nepotismo, Aécio conseguiu rebater ao lembrar a nomeação de Igor Rousseff, irmão de Dilma, para trabalhar na prefeitura de Belo Horizonte. Assim, ela teve dificuldades também de impor sua agenda e falar sobre a gestão do PSDB e da atuação de Armínio Fraga no Banco Central. 

Para Noronha, contudo, as percepções acabam dependendo muito das tendências de cada eleitor. “Para o eleitor de Dilma, a percepção é de que ela teria se saído melhor. Para o eleitor de Aécio, a percepção de que ele foi melhor”. 

Além disso, é questionável o efeito disso sobre os indecisos. “Um dado importante que as pesquisas trouxe é de que 15% decidiram o seu voto na última hora. Os próximos debates e a campanha serão elementos importantes”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.