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SÃO PAULO – Ao traçar um cenário para o ano pós-eleição, com a reeleição de Dilma Rousseff (PT), o cientista político, fundador e presidente da Arko Advice Murillo de Aragão traçou um cenário mais otimista para o próximo mandato de Dilma Rousseff. Para ele, que palestrou nesta quarta-feira no Experience Club, em São Paulo, a presidente vai dialogar mais com setores da sociedade que acabaram sem tanto espaço no primeiro governo, dentre eles de empresários até sindicalistas.
“Dilma vai ser pior? Não necessariamente”, afirma Aragão. Porém, segundo o cientista político, o segundo governo Dilma começa com um fardo pesado, de “heranças malditas” do seu próprio governo. E há três tópicos principais, que têm de ser enfrentados pela Dilma e que são fantasmas de seu primeiro mandato. Segue abaixo:
1 – Questão política: este é um dos principais problemas que Dilma terá que enfrentar e que foi fruto da sua falta de diálogo em seu primeiro mandato. O problema tem como cerne principal a sua própria base aliada, ressalta o analista, destacando que foi ela que barrou na Câmara o decreto sobre os conselhos populares.
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“Há um certo ressentimento por conta da campanha eleitoral, que abandonou alguns aliados, como no caso do PMDB do Rio Grande do Norte, que contava com Henrique Eduardo Alves na disputa estadual”, afirma Aragão. Ele lembra ainda que, apesar de maior, a bancada de Dilma na Câmara foi a que teve menor adesão em comparação com o governo Lula.
Dilma, ressalta o analista, não tem a inteligência emocional do seu antecessor, não sabendo lidar com as nuances do processo político brasileiro. Porém, ela pode abrir ao diálogo para falar sobre isso.
2 – Herança fiscal e econômica: este é um dos problemas mais evidentes no Brasil. Inflação em alta, crescimento baixo, necessidade de ajustes fiscais, entre tantos outros, são desafios que a presidente terá que enfrentar.
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“O governo precisa dar um choque de credibilidade”, afirma o analista, destacando ainda que a presidente tem que fazer um grande anúncio sobre o ministério da fazenda para recuperar a credibilidade.
3 – Petrobras: o caso Petrobras pode comprometer o processo político, afirma o cientista político. Se as denúncias fossem comprovadas, o Brasil pode estar perto de uma operação como as “Mãos Limpas” na Itália, que visava esclarecer os casos de corrupção no país durante a década de 1990 na sequência do escândalo do Banco Ambrosiano, o Banco Vaticano e a loja P2.
Para o cientista, o STF (Supremo Tribunal Federal) sofrerá uma imensa pressão política e midiática e, dependendo do resultado, a governabilidade ficará ainda mais comprometida.
Assim, afirma, o importante para ele é que se crie um ambiente de maior credibilidade econômica e desta forma, elas se isolem das turbulências políticas.
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