Arena Corinthians foi presente para Lula, diz Emílio Odebrecht

O agrado, segundo Emílio afirmou em acordo de delação, foi uma retribuição à suposta ajuda de Lula ao grupo nos oito anos em que o petista comandou o país; ex-presidente desqualificou as acusações

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Emílio Odebrecht, presidente do conselho de administração da empresa que leva o seu sobrenome, disse em acordo de delação que a Arena Corinthians, conhecida como Itaquerão, teria sido construída pela empreiteira como uma espécie de presente para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, torcedor do time, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.

O agrado, segundo Emílio, foi uma retribuição à suposta ajuda de Lula ao grupo nos oito anos em que o petista comandou o país, de 2003 a 2010. Durante os governos do PT, de 2003 a 2015, o faturamento do grupo Odebrecht multiplicou-se por sete, de R$ 17,3 bilhões para R$ 132 bilhões, em valores nominais (a inflação do período foi de 102%). 

Segundo os investigadores da Lava Jato, Emílio era o principal interlocutor de Lula quanto às vantagens que seriam concedidas à Odebrecht. Porém, nunca se discutia questões financeiras. As questões práticas de como o PT seria beneficiado pela ajuda à Odebrecht seriam tratadas entre Marcelo e o ex-ministro Antonio Palocci. A arena do Corinthians foi construída pela Odebrecht entre 2011 a 2014 e custou R$ 1,2 bilhão, quase 50% acima da estimativa inicial do projeto, de R$ 820 milhões.

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O advogado Cristiano Zanin Martins, que cuida da defesa do ex-presidente Lula, desqualificou a acusação em nota. “A Lava Jato não conseguiu apresentar qualquer prova sobre suas acusações contra Lula. Na ausência de provas, trabalha-se com especulações de delações. Se a delação já não serve para provar qualquer fato, a especulação de delação é um nada e não merece qualquer comentário”, afirmou. A Odebrecht, o Corinthians e o deputado Andrés Sanchez não quiseram comentar.


Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.