Aprovação do governo Temer acumula um ano de queda e vai a 3%, mostra CNI/Ibope

Presidente abre vantagem sobre José Sarney e renova menor índice de popularidade da série histórica da pesquisa

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A aprovação do governo Michel Temer voltou a apresentar variação negativa e renovou o patamar mais baixo para um presidente desde 1986, conforme mostra a mais recente pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira (28). De acordo com o levantamento, encomendado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), 3% dos entrevistados consideram a gestão do peemedebista ótima ou boa, contra 5% registrados em julho. A variação encontra-se dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, mas sinaliza continuidade ao movimento de queda visto desde setembro do ano passado. Foi a terceira pesquisa de avaliação do atual governo feita pelo Ibope a pedido da CNI.

O percentual dos brasileiros que consideram o atual governo ruim ou péssimo saltou de 70% para 77%, segundo a pesquisa. Já os que consideram a gestão regular caíram de 21% em julho para 16% no último levantamento. 3% dos entrevistados não souberam responder ou não responderam. O levantamento foi realizado entre os dias 15 e 20 de setembro e ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios. Segundo a CNI, a soma dos percentuais de avaliação totaliza 99%, porque as casas decimais do resultado foram arredondadas.

Segundo a pesquisa, o percentual dos brasileiros que confiam no presidente oscilou de 10% para 6%, enquanto os que não confiam subiram de 87% para 92%. Com relação à maneira de governar do peemedebista, a desaprovação avançou de 83% para 89%, enquanto a aprovação oscilou de 11% para 7%, dentro da margem de erro. O maior crescimento na desaprovação ocorreu entre os entrevistados com renda familiar de mais de cinco salários mínimos (de 75% para 86%). Contudo, o levantamento mostra que, entre os diferentes estratos de renda familiar, essa é a faixa em que a popularidade de Michel Temer é mais elevada.

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Em comparação com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o percentual dos que avaliam o governo do peemedebista pior saltou de 52% para 59%, ao passo que 8% consideram melhor — em julho, o percentual era 11%. Quanto às perspectivas para o restante do mandato de Temer, o percentual dos brasileiros que esperam uma gestão ruim ou péssima subiu de 65% para 72%, enquanto o percentual dos que apostam em um restante de mandato ótimo ou bom oscilou de 9% para 6%.

“Excluindo-se as notícias sobre corrupção, a liberação para exploração mineral na Reserva Nacional de Cobre e Associados aparece como a notícia mais lembrada pela população. Considerando o aumento da desaprovação com relação às políticas e ações de meio ambiente (de 70% para 79%), pode-se intuir que essa é uma das razões para a queda na popularidade”, diz o documento de divulgação da pesquisa. Outra área que apresentou variação acima da margem de erro foi a Educação, com uma queda na aprovação de 22% para 17% e um aumento na desaprovação de 75% para 81%.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.