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SÃO PAULO – A intensificação da crise fiscal fez com que a Fitch Ratings rebaixasse os ratings de longo prazo em moeda local e estrangeira de Portugal, passando de “A+” para “A-“, sendo que as notas também foram colocadas em revisão negativa. O rating de curto prazo também foi cortado de “F1” para “F2”. O anúncio foi feito pela agência de classificação de riscos nesta quinta-feira (24).
Segundo Douglas Renwick, diretor da agência, o rebaixamento ocorreu em função do fracasso do Parlamento em aprovar um plano de ajuste para estabilizar a economia do país e da renúncia do primeiro-ministro português, José Sócrates, fazendo com que os riscos fiscais aumentassem.
Risco aumentou
A Fitch já havia cortado os ratings de Portugal em 23 de dezembro de 2010. Na época, a agência alertou para a necessidade de medidas fiscais adicionais para assegurar o “ambicioso” déficit de 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Como essas medidas não vieram, a incerteza política no país aumentou e a credibilidade no programa de reforma estrutural e fiscal de Portugal ficou sensivelmente enfraquecida.
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“Portanto, aumentam significativamente as chances de Portugal requer suporte multilateral no curto prazo”, acrescentou Renwick. Além disso, o fato de os ratings terem sido colocados sob revisão negativa significa que há a probabilidade de vir um novo rebaixamento nos próximos três ou seis meses.
Plano não é aprovado e Sócrates cai
Na véspera, o parlamento português vetou o plano de austeridade fiscal proposto pelo governo. Os partidos de oposição, por sua vez, se uniram e barraram as medidas, que eram parte do plano do governo português para o período entre 2011 e 2014 – causando assim a renúncia do primeiro-ministro do país.
Sócrates já havia anunciado antes da votação que, caso a proposta não passasse pelo parlamento, renunciaria a seu cargo. Após reunião com o presidente de Portugal, Cavaco Silva, o primeiro-ministro fez um breve discurso recheado de críticas à oposição.
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“Sempre alertei para as consequências negativas de um programa de ajuda externa (…) Foi por isso que até ao último minuto mantive disponibilidade total para negociar com todos. E pedi a todos que pensassem duas vezes antes de o fazer. Lamento que tenha sido o único a fazê-lo”, disse Sócrates em discurso, completando que o resultado da votação reflete a busca pelo poder, e não exprime a vontade do povo.
Preocupação é maior dessa vez
Assim, diante desse agravamento da situação fiscal no país, parece cada vez mais concreto que Portugal possa recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Em meio à crise, analistas do Société Générale classificam a situação do país como “insustentável” e dão como certa a necessidade de um pedido de auxílio econômico.
Isso aumenta a preocupação do mercado, uma vez que a economia portuguesa tem importância maior em relação às demais que recorreram a esse tipo de ajuda – Irlanda e Grécia.
Vale destacar que, ignorando as referências negativas portuguesas, os principais índices acionários europeus terminaram a sessão em alta. O PSI-20, índice português, encerrou o dia com alta superior a 1%.
Confira abaixo a metodologia de notas das principais agências:
S&P | Moody´s | Fitch | Grau |
AAA AA+ AA AA- A+ A A- BBB+ BBB BBB- |
Aaa Aa1 Aa2 Aa3 A1 A2 A3 Baa1 Baa2 Baa3 |
AAA AA+ AA AA- A+ A A- BBB+ BBB BBB- |
Investimento |
BB+ BB BB- B+ B B- CCC CC C D |
Ba1 Ba2 Ba3 B1 B2 B3 Caa Ca C Wr |
BB+ BB BB- B+ B B- CCC CC C D |
Especulativo |
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