Após sucessivas quedas, Dilma voltou a subir em pesquisa: “Volta Lula” morreu?

Alta de Dilma na pesquisa eleitoral divulgada na última quinta-feira freia "Volta Lula" e diminui abandono de partidos aliados; contudo, sentimento de mudança aumenta e rejeição à Dilma se estabiliza

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A última pesquisa Ibope, divulgada no início da tarde da última quinta-feira (23), apesar de sinalizar que um segundo turno está cada vez mais provável, representou um duplo alívio para a presidente Dilma Rousseff.

A pesquisa mostrou que o programa eleitoral do PT e as aparições de Dilma na televisão foram importantes para a estabilização dos seus percentuais de intenção de voto. Por outro lado, os dois principais candidatos da oposição também foram beneficiados pelas aparições na televisão e cresceram mais do que a presidente. Assim, a consulta mostrou que o programa dos três candidatos foram importantes para reduzir o contingente de brancos, nulos e indecisos, conforme ressalta a LCA Consultores. 

Dilma passou para 40% de intenção de voto ante 37% da pesquisa anterior, uma alta de 3 pontos percentuais. Já Aécio Neves aparece com 20%, ante 14%, uma alta de 6 pontos percentuais, enquanto Eduardo Campos (PSB) passou de 6% para em torno de 11%, alta de 5 pontos percentuais. 

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Com isso, a pesquisa Ibope mostrou duas boas notícias para Dilma: a atual presidente interrompeu a tendência de queda observada nas últimas pesquisas de intenção de voto, com sucessivas quedas desde março e, por consequência, diminuiu o apelo de Volta Lula.

Mais do que isso, o ímpeto de um Volta Lula diminui ainda mais quando a simulação de que o ex-presidente se candidataria: caso Lula disputasse contra Aécio e Campos, teria 43% dos votos. Dilma teria a mesmo proporção de votos contra Aécio, que teria 24% e teria 42% contra Campos, que teria 22%. Esta diferença é ínfima, fazendo com que os apelos para que o ex-presidente volte diminua ainda mais. 

Vale ressaltar que, no final de abril, o partido da base aliada do governo PR anunciou que apoiaria o retorno de Lula à presidência, em meio à queda de Dilma nas pesquisas. Com a presidente se estabilizando nas pesquisas, o abandono por parte dos partidos aliados diminui, aponta a LCA Consultores. 

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Poucas horas antes da pesquisa, o jornal O Tempo divulgou que o “Volta Lula” não estava descartado pelo PT, com o partido decidindo que iria aguardar até o último dia do calendário eleitoral para realizar a convenção do diretório nacional do partido e oficializar o seu candidato a Presidência da República.

Até o último minuto, o PT iria analisar os resultados de novas pesquisas e repercussões das manifestações previstas para a Copa. A data limite para as convenções é 30 de junho. A presidente estaria se sentindo incomodada com a possibilidade de Lula voltasse a disputar à presidência, mas a avaliação era de que o PT não iria arriscar uma derrota. Com Dilma voltando a subir nas pesquisas, este apelo diminui. Mas ele não é totalmente descartado caso a presidente volte a cair ou a candidatura de Lula se mostre mais forte. 

mas também há motivos para se preocupar…
Contudo, Dilma também tem motivos para ficar atenta. “Apesar de a pesquisa indicar vitória de Dilma ainda no primeiro turno, esse cenário vai se tornando cada vez menos provável”, ressalta a equipe da LCA.

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Em primeiro lugar, a rejeição da presidente se manteve em 33%, enquanto os percentuais de rejeição de Aécio e Campos recuaram de forma importante: de 25% para 20% e de 21% para 13%, respectivamente. E a LCA aponta: esses índices podem recuar ainda mais, a medida que os candidatos se tornem mais conhecidos junto ao eleitorado.

A avaliação negativa do governo Dilma subiu 3 pontos percentuais em relação à última pesquisa, para 33%. Por sua vez, o percentual de eleitores que avaliam o atual governo positivamente subiu de forma mais modesta, de 34% para 35%.

Embora mostra avanço da oposição em relação à pesquisa anterior do Ibope, os números vão em linha com as últimas pesquisas de outros institutos, aponta a LCA, que ressalta: do lado dos opositores, fica cada vez mais provável o quadro de segundo turno e o sentimento de mudança. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.