Após propaganda sair do ar a pedido do PT, Empiricus dobra número de clientes

Segundo o analista da Empiricus, contudo, o episódio não deve ser comemorado e é "lamentável"; para ele, investidores se identificaram com a sua tese

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Desde a polêmica decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de suspender a sua propaganda veiculada pela internet após pedido do PT, no final de julho, a Empiricus pode ter alguns motivos para comemorar: o aumento em sua base de clientes e a propagação da sua mensagem sobre a economia brasileira.

Desde segunda-feira passada, a base de clientes que pagavam pelo pacote de análises da casa de research passou de 9 mil para cerca de 17 mil. Além disso, a Empiricus ganhou cerca de 7 mil novos nomes que recebem os boletins diários de forma gratuita. Como destaca a casa de análise, o boletim Mercado em 5 minutos já chega a aproximadamente 500 mil leitores diários, contando base da Empiricus e parceiros. 

O analista Felipe Miranda destacou, em entrevista ao InfoMoney, que a exposição da Empiricus na mídia foi importante para que a Empiricus ficasse mais conhecida, apesar de achar “lamentável” que o episódio tenha ocorrido e que não pode ser comemorado, em meio ao cerceamento da liberdade de expressão de opiniões. 

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Por outro lado, destacou, as pessoas só são estão se tornando clientes da casa de análise não por se identificarem com a censura, mas por concordarem com a tese apresentada por ele.

Vale ressaltar que a representação do PT ao TSE também destacou a tese do título “O Fim do Brasil”, chamando-a de terrorismo no mercado financeiro – mas ela não saiu do ar. Segundo Miranda, a retirada da tese do ar não se aplica pois é uma “tese própria, parte de um estudo” e que o TSE, felizmente, “não pode censurar a sua cabeça”. 

Cabe lembrar que os anúncios que foram alvo da ação do TSE eram de posts patrocinados junto ao Google, com links de “Como Proteger seu Patrimônio da Dilma” e “E se Aécio ganhar?”. De acordo com a representação, o material previa instabilidades na economia caso Dilma conquiste um segundo mandato, demonstrando “claro partidarismo e ilegítimo oportunismo político”. E, conforme ressalta a Empiricus, a representação diz que foi gasta uma fortuna com anúncios, “o que não é verdade, já que foi gasto apenas R$ 7,4 mil, menos de 10% do que gasto mensalmente para promover as análises no Google”.

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Polêmica sobre Dilma Bolada
Também em boletim diário, a Empiricus também citou o polêmico post de “Dilma Bolada”, que, segundo a Folha de S. Paulo, é consultor contratado para a campanha da situação. O perfil sátiro da presidente, criado por Jeferson Monteiro, gerou polêmica ontem após fazer um post citando o episódio do ataque de um tigre a um menino de 11 anos no Paraná. A personagem escreveu que o pai da criança deveria ter levado o candidato Aécio Neves (PSDB) ao zoológico e não o garoto. 

“Por aqui, ganhamos dinheiro não com a publicidade de estatais ou o financiamento de qualquer partido, mas sim com a venda de conteúdo aos clientes. Simples assim”, destacou.

A Empiricus ressalta que a Lei Eleitoral proíbe propaganda eleitoral paga na internet e que esse foi o mote da intervenção do TSE nos anúncios da Empiricus.

“Nossa defesa, além de refutar qualquer possibilidade de financiamento ou associação a algum dos candidatos, menciona casos em que o próprio presidente do PT, Rui Falcão, admite publicamente no programa Roda Viva que há militantes trabalhando na internet em prol do partido. Dentre eles, cita Luís Nassif e Paulo Henrique Amorin. Ao visitar suas páginas, pululam anúncios de estatais (governo).  O governo, através das estatais, financia blogs e militantes e esses, coincidentemente, passam a falar bem do governo e mal do resto, entendeu?”, ressalta a casa de análise. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.