Após mudança em ministério, questão passa a ser: Dilma quer ou não quer “enquadrar” a PF?

A expectativa é de que o diretor-geral da PF, Leandro Daiello deixe o cargo no médio prazo, afirma Kennedy Alencar - se mudanças serão efetivas, já é outra história...

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Mesmo com os sinais iniciais do governo de que isso não acontecerá, a presidente Dilma Rousseff quer que o novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, “enquadre” a Polícia Federal, em meio às investigações da Operação Lava Jato atingindo cada vez mais o núcleo político do PT, conforme destaca  o colunista Kennedy Alencar, que escreve o blog do Kennedy

Ontem, o Palácio do Planalto fez um apelo para que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, permanecesse no cargo mesmo após a saída de José Eduardo Cardozo do ministério. O governo avaliou que, neste momento, a saída de Daiello poderia provocar especulações de que há uma tentativa de ingerência nas operações em andamento, segundo informações o jornal O Estado de S. Paulo. Contudo, no médio prazo, a expectativa é de que Daiello deixe o cargo no médio prazo, afirma Kennedy. 

Conforme ressalta o colunista, a presidente Dilma vem mudando o discurso com relação à Lava Jato ao dizer primeiramente que o ex-presidente Lula estaria sendo alvo de injustiça, para depois afirmar que haveria uma tentativa de criminalização do PT. A presidente aceitou a saída de Cardozo da Justiça porque está preocupada em perder o mandato e passou a compartilhar da tese petista de que faltaria mais pulso no comando da Polícia Federal.

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Por outro lado, segundo informa o colunista do G1, Gerson Camarotti, auxiliares mais próximos da presidente argumentam que não haverá mudança no comportamento do governo como deseja o PT. “Dilma não vai arranhar sua biografia com qualquer interferência nas investigações da Polícia Federal”, resumiu esse auxiliar da presidente a Camarotti. 

Segundo informa a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, nem mesmo essa mudança pode evitar a ruptura entre Dilma e o PT. O jornal destaca que é fato que Cardozo não aguentava mais a pressão e que Dilma também já havia perdido a paciência com as “surpresas” da Lava Jato. 

Por outro lado, um policial federal afirmou à coluna que ninguém tem hoje o poder de segurar a Operação Lava Jato. “Passados uns dias, eles perceberão que nada mudou”, destacou a fonte. 

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Conforme destaca a coluna de Raymundo Costa, do Valor Econômico, o governo tem instrumentos para atrapalhar as investigações, se quiser. No caso, transferindo agentes e delegados ou sufocando financeiramente a força tarefa da Lava-Jato, mas sua margem de manobra é estreita, como demonstra a reação das associações de classe à mudança no Ministério da Justiça. Assim, a estratégia de pressão pode ser arriscada. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.