Após indicação de Messias ao STF, Lula deve nomear mulher para AGU; veja os nomes

Caso presidente confirme a opção, o governo passaria a ter 11 ministras em um total de 39 pastas

Agência O Globo

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 
26/09/2025
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 26/09/2025 REUTERS/Adriano Machado

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Aliados acreditam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai escolher uma mulher para vaga que é ocupada atualmente por Jorge Messias na Advocacia-Geral da União (AGU). O ministro foi indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF).

A definição seria uma forma de atenuar as críticas pelo fato de o presidente não ter escolhido uma mulher para a vaga aberta com a saída de Luís Roberto Barroso da Corte.

O Supremo tem apenas uma mulher: Cármen Lúcia, nomeada em 2006 por Lula. Rosa Weber, a outra mulher que estava no Supremo, se aposentou em 2023. Para o lugar dela, Lula escolheu Flávio Dino.

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As principais cotadas para assumir o comando da AGU são Analize Almeida, procuradora-geral da Fazenda Nacional, Isadora Cartaxo de Arruda, secretária-geral de Contencioso, e Adriana Venturini, procuradora-geral federal. As três ocupam postos de segundo escalão na pasta hoje comandada por Messias.

Caso Lula confirme a opção, o governo passaria a ter 11 ministras em um total de 39 pastas.

Se o presidente decidir não indicar uma mulher, o principal cotado é Flávio Roman, atual número 2 da AGU.

Quem é Messias?

Servidor público de carreira, Messias foi procurador do Banco Central e procurador da Fazenda Nacional. Ao se envolver no movimento sindical das carreiras da AGU, atuou no Ministério da Educação, na gestão de Mercadante, onde foi secretário de Regulação. Foi nesse período que passou a se aproximar de dirigentes do PT.

No governo Dilma, foi subchefe de Assuntos Jurídicos e trabalhava com a ex-presidente em um dos momentos mais delicados do PT no Palácio do Planalto. Na época, teve seu nome nacionalmente exposto por uma interceptação telefônica divulgada na Lava Jato, em uma conversa entre Lula e Dilma, em março de 2016. Na ocasião, Dilma avisou a Lula que enviaria, por meio de “Bessias”, um termo de posse para que ele assinasse e, assim, se tornasse ministro da Casa Civil. A interceptação foi captada depois que o então juiz Sergio Moro havia mandado as operadoras de telefonia interromperem as gravações, o que levou à sua divulgação ser considerada ilegal pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Messias e Dilma nunca se afastaram. A ex-presidente esteve na cerimônia de posse de Messias como ministro da AGU, em 2023, e em um jantar reservado à família e amigos próximos. Em 2019, Messias trabalhou no gabinete do senador Jaques Wagner (PT-BA). Com a vitória de Lula em 2022, obteve papel de destaque já na transição, quando coordenou o grupo dedicado a temas relacionados à Transparência, Integridade e Controle.

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Dentro do governo, construiu uma relação próxima com a ministra da Gestão, Esther Dweck, e com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Também tem entre seus principais aliados os ministros da Casa Civil, Rui Costa, da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.