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SÃO PAULO – Após um período de calmaria e vitórias no Congresso para o ajuste fiscal, o clima de tensão volta ao Palácio do Planalto após a deflagração da 21ª fase da Operação Lava Jato, chamada Passe Livre, que culminou com a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o Palácio avalia que a prisão do empresário abre uma nova vertente com foco no ex-presidente Lula, levando a desdobramentos políticos sensíveis para a presidente Dilma Rousseff.
Bumlai conheceu Lula em 2002 e tinha acesso ao gabinete do então presidente; um dos delatores da Lava Jato, o lobista Fernando Baiano afirmou que repassou R$ 2 milhões ao pecuarista referente a uma comissão a que o empresário, teria direito por, segundo o delator, ter pedido a intermediação de Lula para negociar um contrato. O valor teria sido repassado a uma nora de Lula para quitar uma dívida.
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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no final de outubro, Bumlai negou o repasse, afirmou que não era tão próximo de Lula, mas confirmou que levou um empresário do setor de petróleo para encontrar Lula em 2011, a pedido de Baiano.
De acordo com apurado pela Folha, o núcleo mais próximo à presidente avalia que o fechamento do cerco a Lula na Lava Jato tem o objetivo de desmoralizá-lo e enfraquecer sua capacidade de mobilização social.
Eles veem que, se houver a abertura do processo de impeachment contra a presidente, Lula “é o único” capaz de mobilizar a militância petista e os movimentos sociais para defendê-la. Mas se ele estiver enfraquecido e desgastado pelas suspeitas de corrupção, por exemplo, o governo poderia ficar inviabilizado.
Segundo o jornal, ministros já discutiam pouco depois da prisão de Bumlai que, se a investigação chegar de vez a Lula, o resultado prático não será apenas prejuízos ao governo Dilma, mas também significará a derrocada do PT e do projeto político da legenda.
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