Após atentado, Bolsonaro cresce entre mulheres e mais pobres, mostra pesquisa

Evolução do deputado reduz espaço para outras candidaturas no campo da direita e centro-direita para a corrida presidencial

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Quatro dias após ser vítima de um atentado a facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), o deputado Jair Bolsonaro (PSL) viu suas intenções de voto crescerem em pesquisa BTG/FSB, realizada nos dias 8 e 9 de setembro. Segundo o levantamento, registrado no TSE pelo código BR-01522/2018, o parlamentar lidera a corrida presidencial, com 26% no cenário espontâneo (quando nomes de candidatos não são apresentados aos entrevistados) e 30% no estimulado, ampliando para 18 pontos percentuais a vantagem sobre o segundo colocado na disputa, Ciro Gomes (PDT). Uma semana atrás, os percentuais registrados por Bolsonaro nas respectivas situações eram 24% e 26%.

A melhora no desempenho do deputado se deu em diversas faixas do eleitorado. Entre eles, destaque para as mulheres, grupo mais resistente à sua candidatura. No cenário espontâneo, o apoio feminino a Bolsonaro saltou de 11% para 18%, ao passo que na situação estimulada subiu de 17% para 22%. Ainda assim, os homens ainda são a ampla maioria do eleitorado do parlamentar. Melhora também foi vista nas intenções de voto no deputado entre eleitores com renda familiar mensal de até dois salários mínimos.

A tabela mostra a evolução das intenções de voto em Bolsonaro no cenário espontâneo:

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SEGMENTO 1 E 2 DE SETEMBRO 8 E 9 DE SETEMBRO
Feminino 11% 18%
Masculino 32% 35%
16 a 24 anos 22% 26%
25 a 40 anos 24% 30%
41 a 59 anos 18% 26%
Mais de 60 anos 19% 20%
Até 4ª série 10% 13%
Da 5ª à 8ª série 15% 23%
Ensino Médio 27% 31%
Ensino Superior 29% 33%
Até 1 salário mínimo 8% 15%
De 1 a 2 salários mínimos 19% 24%
De 2 a 5 salários mínimos 31% 34%
Mais de 5 salários mínimos 34% 35%
Norte/Centro-Oeste 27% 36%
Nordeste 13% 17%
Sudeste 22% 27%
Sul 26% 28%
PEA 24% 30%
Não PEA 15% 19%
TOTAL 21% 26%

Fonte: BTG/FSB (BR-01522/2018)

A tabela detalha a evolução das intenções de voto do parlamentar no cenário estimulado sem Lula:

SEGMENTO 1 E 2 DE SETEMBRO 8 E 9 DE SETEMBRO
Feminino 17% 22%
Masculino 36% 38%
16 a 24 anos 26% 30%
25 a 40 anos 30% 32%
41 a 59 anos 23% 31%
Mais de 60 anos 26% 24%
Até 4ª série 18% 18%
Da 5ª à 8ª série 23% 26%
Ensino Médio 30% 35%
Ensino Superior 31% 35%
Até 1 salário mínimo 16% 21%
De 1 a 2 salários mínimos 23% 29%
De 2 a 5 salários mínimos 37% 37%
Mais de 5 salários mínimos 35% 36%
Norte/Centro-Oeste 31% 39%
Nordeste 18% 21%
Sudeste 28% 30%
Sul 29% 34%
PEA 28% 32%
Não PEA 22% 24%
TOTAL 26% 30%

Fonte: BTG/FSB (BR-01522/2018)

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A evolução de Bolsonaro reduz o espaço para outras candidaturas no campo da direita e centro-direita para a corrida presidencial. Por outro lado, são necessárias mais pesquisas para se observar como o eleitor se comportará em relação ao atentado contra o parlamentar ao longo do tempo. É preciso verificar quanto deste movimento se deu por comoção pontual e quanto seria sustentável para a disputa de 7 de outubro.

Vale lembrar que, de acordo com o levantamento divulgado nesta segunda-feira, a rejeição a Bolsonaro segue em 51%, embora agora 40% digam que poderiam votar nele. Uma semana atrás este grupo contava com 35% do eleitorado. A rejeição do deputado é menor que a de adversários na pesquisa BTG/FSB, assim como seu potencial de voto seria mais elevado.

Nesta segunda-feira, pesquisas eleitorais realizadas por Datafolha e Real Time Big Data têm divulgação prevista e podem ajudar na compreensão dos impactos do atentado contra Bolsonaro sobre a corrida presidencial.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.