Após ataque a tiros, PT teme escalada de confrontos se STF conceder habeas corpus a Lula

Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça que hoje está advogando para o PT, apontou ser preciso repensar o modelo das caravanas “para não colocar a vida de Lula em risco“, segundo a Folha

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A tensão política subiu na última terça-feira (27), após a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela região Sul do país ser alvo de três tiros enquanto percorria o trajeto entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no Paraná. Dois ônibus foram atingidos e não houve feridos, enquanto Lula estava em um terceiro ônibus, que não recebeu nenhum disparo de arma de fogo.

Conforme aponta a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o ataque a tiros inflou o discurso político do PT de que ele é vítima de uma caçada antidemocrática, enquanto o líder do partido na Câmara, Paulo Pimenta (RS), telefonou  ao ministro da Segurança, Raul Jungmann, para dizer que a integridade do petista tornou-se responsabilidade do governo de Michel Temer. 

O ataque passou a assustar quadros da legenda, que agora falam na possibilidade real de tragédia e defendem o fim das andanças pelo Brasil. Integrantes da cúpula do partido temem ainda que haja uma escala de confrontos caso o STF (Supremo Tribunal Federal) conceda o habeas corpus a Lula – o assunto está na pauta do Supremo no dia 4 de abril. 

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Enquanto isso, há a avaliação de que há uma longa estrada para Lula percorrer até agosto, período de registro das candidaturas e, caso o HC seja concedido, o ex-presidente não topará se recolher nesse período. Contudo, Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça que hoje está advogando para o PT, apontou ser preciso repensar o modelo das caravanas “para não colocar a vida de Lula em risco”.

Segundo o jornal O Globo, o responsável pela investigação sobre o ataque à caravana, delegado Fabiano Oliveira, de Laranjeiras do Sul (PR), informou que tratará o caso como tentativa de homicídio. Segundo o delegado, foram constatados três tiros em dois veículos, e uma marca de pedrada no vidro de um dos ônibus. Ainda de acordo com o delegado, um dos tiros foi disparado por arma mais forte, calibre 380, e os outros são de arma de calibre menor, possivelmente 22.

Já no começo da madrugada desta quarta, a Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de nota, que é muito precipitado falar sobre tentativa de homicídio. “Não há por ora indícios de uma tentativa de homicídio como chegou a ser comentado.”

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.