Apontada como laranja, doméstica diz que não recebeu R$ 1,6 mi de campanha de Dilma

O ministro Gilmar Mendes, do TSE, pediu para o Ministério Público de São Paulo investigar se a empresa dela prestou realmente os serviços para os quais foi contratada

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A doméstica Ângela Maria do Nascimento, de 60 anos, disse nesta quarta-feira (26) que não viu os R$ 1,6 milhão que teria recebido da campanha de Dilma Rousseff no ano passado. Ela afirmou que só ficou com cerca de R$ 2 mil por mês para montar cavaletes de madeira da então candidata e de outros políticos. As informações são do jornal O Globo.

O ministro Gilmar Mendes, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), pediu para o Ministério Público de São Paulo investigar se a empresa dela prestou realmente os serviços para os quais foi contratada. Segundo o jornal, Ângela trabalha há mais de 20 anos para a família de Juliana Cecília Dini Morello. Junto com o marido, Juliana é dona da empresa Embalac Indústria e Comércio Ltda., que recebeu cerca de R$ 330 mil de políticos no ano passado para fazer material de campanha.

Ângela disse que a patroa recomendou que ela abrisse uma empresa para também trabalhar na campanha e aumentar seus rendimentos. O TSE suspeita que Juliana fez isso, na verdade, para dividir clientes com a empresa que seria criada por Ângela e, assim, pagar menos impostos.

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“Fui eu e um monte de gente. Tenho a lista. A gente montava dois mil cavaletes por dia, trabalhava de segunda a segunda. Era pegar o plástico e grampear na madeira do cavalete. Aí no fim do dia um caminhão pegava e levava tudo” disse Ângela.

O contador Carlos Carmelo Antunes, responsável pela abertura da empresa de Ângela, disse que tem todas as notas da Embalac e de Ângela para comprovar as prestações de serviços para as campanhas políticas. “Houve um erro, fizeram uma operação errada usando notas de duas empresas. Não podemos registrar uma compra feita por uma empresa em outra empresa. Mas como há uma fiscalização em curso, vou esperar terminar a fiscalização para saber qual é o imposto devido e que providências devemos tomar”, explicou.

Além da campanha de Dilma, a empresa de Ângela recebeu de Lindbergh Farias (PT-RJ), Candido Vaccarezza (PT-SP), Alencar Braga (PT-SP), Janete Pietá (PT-SP), Devanir Ribeiro (PT-SP), João Paulo Rilo (PT-SP) e Vitor Lippi (PSDB-SP). Já a Embalac foi contratada por Alexandre Padinha (PT-SP), Paulo Teixeira (PT-SP) e Vicente Cândido (PT-SP), além de Dilma.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.