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SÃO PAULO – A ex-presidente Dilma Rousseff foi entrevistada pelo jornal americano “Washington Post”. A reportagem, chamada “Brazil’s ex-president fears the rise of a Brazilian Trump” (ou Dilma teme a ascensão de um Trump brasileiro) aponta a percepção da petista sobre as próximas eleições.
Dilma disse ser “muito possível” que o Brasil eleja um “outsider” equivalente ao presidente dos EUA Donald Trump. “Há alguns anos, diria que é impossível. Agora, acho que é muito possível. Na verdade, posso apontar algumas figuras que se parecem com ele”, afirmou.
A petista mencionou então o prefeito paulistano João Doria (PSDB), que é descrito pelo jornal como um “empresário rico que já apresentou a versão de ‘O Aprendiz’ no país”. Além de Doria, ela também cita Jair Bolsonaro (PSC), um político de “extrema-direita” na avaliação do jornal, apontando ainda que ele “saudou Trump publicamente e atualmente é um dos líderes para 2018 nas pesquisas de opinião”.
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O Brasil, de acordo com Dilma, está sob a influência de uma “tendência de direita” semelhante à da Europa e dos Estados Unidos, onde crises econômicas e a crescente desigualdade alimentaram a raiva pelos políticos e estimularam a ascensão de populistas demagógicos.
“Quando um governo se torna irrelevante, a política se torna irrelevante. Abre espaço para salvadores da pátria, para políticos que usam os símbolos e o marketing político e têm estratégias baseada na pós-verdade”, afirma ela.
Desta forma, Dilma afirmou não se surpreender com a ascensão de figuras como Bolsonaro e apontou que o apoio a ele ocorre em meio a um sentimento de raiva contra o status político, visto como perigoso por ela.
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A petista ainda afirmou que a sua própria gestão foi vítima tanto da precipitação tumultuada da crise financeira global, quanto do cinismo de seus opositores políticos, com o jornal dando destaque para Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, que iniciou o processo de impeachment da petista em dezembro de 2015.
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