Ao presidente da CUT, Lula diz: “Tô preocupado porque tem muita crítica do PT ao Governo”

Em interceptação revelada pela força-tarefa da Operação Lava Jato, ex-presidente diz ver crescimento da "rota de colisão" entre Dilma e seu partido, após aprovação de projeto que altera regras para o pré-sal no Senado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A aprovação do projeto de lei que desobriga a Petrobras (PETR3; PETR4) a participar de todas as operações no pré-sal brasileiro há cerca de um mês – que contou com o apoio do governo em uma ação por “reparação de danos” – trouxe mais passivos para a relação entre a presidente Dilma Rousseff e sua base política e preocupou o ex-presidente Lula. Em conversa com o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas de Moraes, o petista mostrou receio com uma nova “rota de colisão”. As informações foram reveladas pela força-tarefa da Operação Lava Jato a partir de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.

No diálogo ocorrido às 13h02 de 26 de fevereiro, com duração de menos de 4 minutos, Freitas mostra o risco de perda de controle da militância e critica a atuação do governo na pauta de autoria do senador José Serra (PSDB-SP). Ele pressiona o ex-presidente por conta de posições que terá de tomar. “Depois desse negócio do.. da Petrobras, nós vamos largar de mão, Presidente. Não dá mais entendeu?”, afirmou o presidente da CUT. “Eu preciso definir a posição da CUT em relação a isso… Só que nós vamos fechar. Eles vão atropelar nós aqui dentro”.

Lula tentou acalmar o colega que procurou tratar de forma afetiva no telefonema. “Antes de ficar muito nervoso, vamos ter uma conversa na segunda-feira, querido?”, disse. “Eu tô preocupado também, querido. Tô preocupado porque tem muita crítica do PT ao Governo. […] E vai entrar numa rota delicada de colisão”.

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Às vésperas da festa do PT, ambos manifestaram indisposição com a situação que se desenhava nos relacionamentos internos da sigla. “Se eu for na reunião do diretório e me deixarem falar, bicho, não vai dar certo entendeu? Então é melhor eu ficar por aqui mesmo. Agora segunda-feira eu vou levar. Nós vamos ter que decidir o que fazer. Daqui a pouco nós vamos ‘tudo abraçado’ pra casa do chapéu e assim não dá”, concluiu Freitas durante a conversa por telefone.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.