André Esteves pagou propina a Collor, diz Cerveró em delação

O parlamentar teria recebido algo em torno de R$ 6 milhões e R$ 10 milhões de propina no caso, conforme Cerveró disse ter ouvido do empresário Paulo Leoni Ramos

Marcos Mortari

Publicidade

SÃO PAULO – Preso na manhã desta quarta-feira (25) pela Operação Lava Jato, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, foi acusado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, em delação premiada, de ter pago propina ao senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL), afastado do cargo por impeachment em 1992.

De acordo com o pedido de prisão enviado pela Procuradoria-Geral da República ao relator do processo no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori Zavascki, narra Cerveró suposta prática de corrupção ativa de Esteves, que teria pago “vantagem indevida a Collor, no âmbito de contrato de embandeiramento de 120 postos de combustíveis em São Paulo, que pertenciam conjuntamente ao Banco BTG Pactual e ao grupo empresarial denominado Grupo Santiago. O parlamentar teria recebido algo em torno de R$ 6 milhões e R$ 10 milhões de propina no caso, conforme Cerveró disse ter ouvido do empresário Paulo Leoni Ramos.

Para evitar os efeitos da denúncia, Esteves e o então líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS) tentaram corromper Cerveró. Diz o documento enviado pela PGR ao STF: “Essa ordem dos fatos deixa transparecer, portanto, a atuação concreta e intensa do Senador Delcídio Amaral e do banqueiro André Esteves para evitar a celebração de acordo de colaboração premiada entre o Ministério Público Federal e Nestor Cerveró ou, quando menos, evitar que, se celebrado o acordo, fossem delatados”.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Esteves teve acesso ao documento sigiloso referente à sua delação premiada. Esse teria sido um dos motivos para sua prisão autorizada nesta quarta, juntamente com a apresentação do conteúdo de uma conversa entre Delcídio e o filho do ex-diretor internacional da estatal (Bernardo), no qual o senador oferece mesada de R$ 50 mil a Cerveró, além de agir nos bastidores para aliviar seu processo no Supremo e até organizar uma fuga do país.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.