Análise: os impactos do 7 de setembro para os mercados e a agenda política

Roberto Attuch, fundador e CEO da OHM Research, e os cientistas políticos Carlos Melo e Rafael Cortez analisam os desdobramentos dos eventos deste feriado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO — Manifestações contra e a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro tomaram conta do país neste feriado de 7 de setembro. Em discursos em Brasília e São Paulo, Bolsonaro fez ameaças contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e atacou o ministro Alexandre de Moraes.

Quais devem os impactos das manifestações e dos discursos de Bolsonaro para a agenda política do país? Como ficam ficam as perspectivas para a economia e as reformas? E como os investidores devem reagir a isso? O que esperar dos mercados nesta quarta-feira?

Esses pontos foram abordados por Roberto Attuch, fundador e CEO da OHM Research, e os cientistas políticos Carlos Melo, professor do Insper, e Rafael Cortez, sócio da Tendências Consultoria Integrada, em entrevista no canal do InfoMoney no YouTube. Assista acima, ou clique aqui.

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Para Carlos Melo, as manifestações apresentaram quórum abaixo das sinalizações feitas pelos organizadores ao longo da semana e o bolsonarismo também não conseguiu ampla adesão, mesmo em setores mais próximos, como evangélicos, ruralistas, caminhoneiros e policiais militares.

“A força que o presidente queria demonstrar ficou aquém da expectativa”, afirmou. “Esperava-se que o presidente mobilizasse os céus e o inferno: envolvimento com polícias militares, setores qhe poderiam estar armados. Nada disso ocorreu – é positivo, mas também tira um pouco da expectativa”.

Mesmo com o revés de Bolsonaro, o especialista vislumbra um cenário de forte turbulência à frente, sobretudo com o presidente dobrando a aposta nos atritos contra o STF e até mesmo falando sobre uma possível convocação do Conselho da República.

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Os eventos recentes, diz o professor, colocam o governo em posição ainda mais defensiva, sobretudo quando observada a dependência na interlocução com os demais Poderes na resolução de questões urgentes – como a dos precatórios a serem pagos em 2022 e a criação do Auxílio Brasil.

Já Attuch argumenta que a percepção de um governo disfuncional, que não tem tratado dos verdadeiros desafios do país, principalmente na seara econômica, começa a afetar de forma significativa os preços.

“É muito difícil imaginar um cenário, nos próximos 15 meses, em que os ativos brasileiros possam apreciar, porque a economia não está melhorando, o presidente já deixou claro que a transição de poder vai ser muito complicada, e o mercado tem que endereçar esse elefante na sala”, disse.

Para ele, o cenário otimista de uma taxa de câmbio entre R$ 4,50 e R$ 4,80 e o Ibovespa perto de 170 mil pontos até o fim do ano não existe mais, diante do aumento dos riscos político e fiscal e da piora das próprias perspectivas econômicas.

“O que acho mais provável, a não ser que você tenha o tecido [social] esgarçando muito e o presidente dobrando aposta em um cenário de ruptura, é bem provável que a bolsa fique oscilando entre 110.000 e 130.000 pontos, e o câmbio deprecie um pouco em relação ao que está agora”, projetou.

Já no cenário pessimista, Attuch aponta Ibovespa abaixo dos 100.000 pontos e câmbio na faixa de R$ 5,80.

Sobre a reabertura do mercado amanhã, na volta do feriado, o analista acredita que a bolsa brasileira em dólar tende a abrir em queda de 1,5%, em um ajuste técnico sobre os movimentos dos últimos dias.

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