Alvo de ação da Polícia Federal, ministro do Trabalho pede demissão

Helton Yomura foi um dos alvos de operação da Polícia Federal hoje

Equipe InfoMoney

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Em nota à imprensa divulgada há pouco, o Palácio do Planalto informou que o presidente Michel Temer recebeu e aceitou o pedido de exoneração do ministro do Trabalho, Helton Yomura. “O presidente agradeceu sua dedicação à frente da pasta”, diz a nota da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

Um dos alvos da terceira fase da Operação Registro Espúrio, deflagrada hoje (5) pela Polícia Federal (PF), o ministro Helton Yomura prestou depoimento na superintendência do órgão, em Brasília, acompanhado por seu advogado, e depôs por cerca de uma hora. Em nota, o advogado do ministro, César Caputo Guimarães, confirmou que, em função das investigações, Yomura foi suspenso de suas funções no ministério e afirmou que todas as medidas jurídicas cabíveis seriam adotadas para reverter tal medida, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Deflagrada no dia 30 de maio para apurar a suspeita de fraudes no registro de sindicatos junto ao Ministério do Trabalho, a Operação Registro Espúrio deixou o ministério temporariamente sem comando. A pedido da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro do STF Edson Fachin determinou o afastamento de Yomura.

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A Secretaria Executiva também se encontra vaga desde que Leonardo José Arantes foi preso, em caráter preventivo, no início de junho. Arantes é sobrinho do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), líder da bancada do PTB, também alvo da investigação da Polícia Federal.

Indicado pelo partido, Yomura estava à frente da pasta desde janeiro deste ano – primeiro interinamente e, desde 10 de abril, como titular. Antes, ele ocupou a Secretaria Eexecutiva do ministério, cargo que assumiu em outubro de 2017.

Advogado por formação, Yomura foi alçado ao comando da pasta após a Justiça suspender a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha do ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson. Hoje, em nota, Jefferson colocou o ministério há anos controlado por sua legenda ” à disposição do presidente Michel Temer”.

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Em nota, o advogado César Caputo Guimarães afirmou que Yomura é inocente. “Tendo a certeza de não ter cometido nenhum ato ilícito e que suas ações correspondem a uma política de valorização dos trabalhadores e das instituições, o ministro Helton Yomura, mesmo não sabendo de que atos está sendo acusado, nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade”, acrescenta a nota da defesa.

A PF informou que a terceira fase da Operação Registro Espúrio foi deflagrada hoje com o objetivo de aprofundar as investigações sobre uma suposta organização criminosa suspeita de fraudar a concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho.

Atendendo ao pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o ministro Edson Fachin autorizou o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão no Ministério do Trabalho, na Superintendência Regional do Trabalho, no gabinete do deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) e no apartamento de um assessor do parlamentar, alvo das investigações. Três pessoas foram presas em caráter temporário, mas seus nomes estão em segredo de Justiça.

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De acordo com a PGR, servidores da Secretaria de Relações do Trabalho se valiam de seus cargos para viabilizar a atuação dos demais suspeitos, que recebiam facilitações para obter os registros necessários ao funcionamento de sindicatos. A Operação Registro Espúrio apura as supostas práticas de corrupção ativa e passiva e de lavagem de dinheiro. As duas primeiras fases foram deflagradas, respectivamente, nos dias 30 de maio e 12 de junho.

Carlos Marun

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse hoje que vai apresentar na próxima segunda-feira (9) representação e queixa-crime na Corregedoria da Polícia Federal e na Procuradoria-Geral da República contra vazamento de informações que citam seu nome.

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O ministro deu as declarações após a divulgação de reportagem da Folha de S.Paulo que afirma que Marun é suspeito de envolvimento com a suposta organização, que, segundo a polícia e o Ministério Público, fraudava registros sindicais no Ministério do Trabalho.

“Desde que assumi a Secretaria de Governo, eu nunca pus os pés no Ministério do Trabalho, nunca conversei com nenhum servidor daquele ministério a respeito de demanda de qualquer sindicato, pessoalmente, ou por telefone, ou por qualquer outro meio. Todavia, infelizmente o ato de rotina de encaminhar através da minha assessoria pleitos que me foram apresentados por sindicalistas de Mato Grosso do Sul, em reunião pública, agendada e divulgada, se transformou em motivo de enxovalhamento da minha honra”, afirmou Marun, no Palácio do Planalto.

Marun esteve à tarde com o deputado federal Jovair Arantes, que disse para o ministro que a bancada do PTB apoiará qualquer decisão tomada pelo presidente Temer em relação ao assunto.

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