Alvo da Lava Jato alega “saudade” e pede para viajar para Suíça; Moro nega

Mariano Ferraz foi preso em outubro de 2016 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando embarcava para Londres

Publicidade

SÃO PAULO – O empresário Mariano Marcondes Ferraz, um dos investigados na Operação Lava Jato, fez um pedido ao juiz federal Sérgio Moro para viajar para a Suíça, que acabou sendo negado. O executivo da Decal do Brasil é acusado pela Procuradoria da República dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por propina de US$ 868 mil ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Mariano Ferraz foi preso em outubro de 2016, pela Polícia Federal, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando embarcava para Londres. O executivo foi solto no mês seguinte após pagar fiança de R$ 3 milhões para deixar a prisão na Lava Jato e cumprir medidas alternativas.

No dia 23 de junho, o executivo pediu para viajar a Genebra, na Suíça, entre os dias 3 e 14 de julho. “Ocorre que o requerente mantém três filhos e sua genitora residindo na Europa e desde sua prisão não manteve mais contato físico com seus familiares, estando acometido de natural saudade e anseio de rever seus entes queridos”, afirmou Mariano, por meio de sua defesa.

Continua depois da publicidade

Ao negar a viagem, Moro anotou que Mariano morava no exterior quando foi preso. “A prisão preventiva do acusado foi decretada tendo como fundamento o claro risco à aplicação penal, eis que, à época, Mariano Marcondes Ferraz era residente e domiciliado no exterior, com família no exterior, recursos financeiros e propriedades vultosas no exterior”, observou o magistrado.

“Indefiro o pedido principal e denego autorização para que Mariano Marcondes Ferraz dirija-se à Suíça para visitar seus parentes, no mês de julho do ano corrente, e indefiro igualmente o pedido de devolução definitiva de seu passaporte, com o levantamento da proibição de deixar o país, sendo a medida ainda necessária para se assegurar a aplicação da lei penal”, determinou Moro.

Segundo o juiz da Lava Jato, Mariano Marcondes Ferraz tem dupla nacionalidade, brasileira e italiana, “o que incrementa igualmente o risco de que, uma vez no exterior, não retorne ao Brasil, sendo imprevisível, nesse caso, eventual extradição, caso se refugie na Itália”.

(Com Agência Estado)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.