Alta ininterrupta do petróleo? Culpa às tensões na Nigéria e não apenas ao dólar e à Opep

Movimento radical do país, maior produtor do óleo na África, promete uma onda de ataques este mês aos poços estrangeiros

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SÃO PAULO – A superação de patamares históricos no mercado internacional de negociação do barril de petróleo virou praticamente rotina. A cada mês, a commodity bate novos recordes, incitando tensões em torno do cenário macroeconômico global.

A trajetória ininterrupta de valorização do óleo encontra respaldo em uma série de elementos. Um deles é a flexibilização monetária nos EUA, que ao tornar o dólar mais barato no mundo, eleva a atratividade do petróleo como investimento alternativo.

Outro fator que vem alimentando a cotação da commodity é a recusa dos membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de elevar a produção do produto, com o argumento de que as altas devem-se meramente à especulação e não a um descompasso entre oferta e demanda.

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Tensões geopolíticas

Discussões fundamentais à parte, um elemento que também entra nessa fórmula cuja resultante leva à valorização do preço do barril de petróleo é o recrudescimento das tensões geopolíticas na Nigéria, maior produtor africano do óleo.

De fato, o mercado petrolífero sempre se encontrou especialmente atrelado à geopolítica internacional. Todavia, nos últimos tempos, além dos conflitos derivados do emaranhado jogo de relações no Oriente Médio, a deterioração da cena política nigeriana vem particularmente se apresentando como um fator constante de pressão sobre o preço internacional do petróleo.

Desde 2006, o grupo conhecido como Mend (Movimento para Emancipação do Delta do Níger) vem atacando regularmente a indústria de petróleo da Nigéria, com o objetivo de desestabilizar o governo, acusado de conivente com a abusiva exploração das companhias estrangeiras dos recursos naturais do país.

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O último ato do movimento tomou lugar no sábado (3), quando oleodutos da Royal Dutch Shell foram alvo de explosões e incêndios, afetando a produção de um total de 170 mil barris da commodity por dia. E as projeções não são nada otimistas, uma vez que os radicais anunciaram um mês permeado por manifestações como parte da “Operação Ciclone”.

Continuidade da tendência de alta

Se as condições financeiras e macroeconômicas do globo não propiciam uma melhora do clima, as relações geopolíticas na África também não parecem dar sinais de uma evolução tão cedo. Com isso, a despeito das consecutivas resistências rompidas nos últimos meses, as perspectivas são de que o preço do barril de petróleo mantenha seu movimento de alta.

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