Aliados saem em defesa de Bolsonaro nas redes sociais e contestam decisão do TSE que tornou ex-presidente inelegível

Valdemar Costa Neto, Ciro Nogueira, Hamilton Mourão e Rogério Marinho manifestaram apoio ao ex-presidente pelo Twitter

Luís Filipe Pereira

(Andressa Anholete/Getty Images)

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Tão logo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria a favor de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliados utilizaram as redes sociais para se posicionar de maneira contrária à decisão da Corte e reforçar seu apoio ao líder da direita.

Para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a condenação de Bolsonaro é uma injustiça.  Nas últimas eleições, o dirigente viu sua sigla ganhar corpo para formar a maior bancada da Câmara dos Deputados ao se valer do apoio do presidente que buscava reeleição. Em uma postagem no Twitter, Costa Neto disse que irá trabalhar dobrado para mostrar sua lealdade ao líder, e finalizou sua mensagem com a frase “Bolsonaro é o maior líder popular desde a redemocratização e vai continuar sendo”.

O ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou que “A esperança está mais viva do que nunca”, e em outra publicação afirmou que “O amor do povo por seu líder é sempre inocente”. Ao longo das sessões realizadas pelo TSE, Nogueira foi uma das testemunhas citadas pelos ministros, que indicaram que a realização da reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada não teve qualquer participação de órgãos governamentais, o que poderia ser um elemento para caracterizar a tese da institucionalidade do encontro defendida pelos advogados de Bolsonaro.

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Por 5 votos a 2, os ministros entenderam que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por ocasião da reunião em que o então mandatário atacou o sistema eleitoral e a urna eletrônica diante de plateia formada por representantes de governos estrangeiros. Para o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que exerceu o cargo de vice-presidente durante o mandato de Bolsonaro, com a decisão a justiça eleitoral vai contra à vontade popular. Ele comparou a decisão dos magistrados de tornar o ex-presidente inelegível à cassação do ex-deputado federal paranaense Deltan Dallagnol pelo TSE, ocorrida em maio.

Já Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, veio a público também pelo Twitter. Em uma mensagem em que expressou solidariedade ao ex-presidente, ele afirmou que a oposição permanecerá unida, e que os feitos do governo de Bolsonaro representam um legado para as gerações futuras.

“Como líder da oposição no Senado, tenho a responsabilidade de defender o legado econômico que nos tirou da maior recessão de nossa história, os valores da família, a vida desde a concepção, o combate à descriminalização das drogas e a defesa das liberdades”.

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Apesar de estar inelegível pelos próximos oito anos, Bolsonaro não perdeu seus direitos políticos, o que garante sua participação como cabo eleitoral de aliados nas próximas eleições municipais, previstas para o próximo ano.