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SÃO PAULO – Após a carta apresentada nesta terça-feira (16), em que a presidente afastada Dilma Rousseff defende a realização de um plebiscito a fim de antecipar as eleições de 2018 caso fique no poder, aliados da petista no Senado afirmaram que o documento pode reverter o resultado do julgamento do impeachment marcado para começar na próxima semana.
Por outro lado, a oposição da presidente afastada acredita que a manifestação dela aconteceu fora de tempo e não terá efeito prático para impedir sua condenação por crime de responsabilidade. Na carta, Dilma pediu aos senadores que não façam a injustiça de condená-la por um crime que diz não ter cometido e destacou que seu afastamento definitivo “seria um inequívoco golpe seguido de eleição indireta”.
Para Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da oposição no Senado, o fato da presidente se comprometer com um plebiscito, foi um acerto e que a população precisa ser consultada sobre os rumos do País. “Não jogamos a toalha, temos uma semana de batalha aqui”, destacou. Segundo ele, a carta não foi apresentada fora de tempo.
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Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que a carta indica que Dilma ainda poderia ter capacidade de governar o País, em caso de absolvição dela e da realização de consulta popular. “Sem dúvida, após um plebiscito que definisse a continuidade do governo dela, ela passaria a ter mais legitimidade suplementar para estabelecer boa relação com Congresso”, disse.
Por outro lado, os governistas desqualificaram a carta e consideram o documento inócuo para reverter a condenação de Dilma. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), chamou isto de um “ato de desespero político”. “Depois de ter virado as costas para o Congresso Nacional e a sociedade, ela quer agora dialogar? É uma medida intempestiva, fora do timing”, avaliou ele, ao considerar que a presidente afastada não é inocente.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que a carta demonstra que Dilma está “completamente desconectada” com a realidade brasileira. “Ela trata do momento de crise que o País enfrenta como se não fosse ela a responsável por tudo isso”, criticou. O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), considerou o gesto de Dilma “pura apelação”.
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“É inconstitucional e derrotista. Quando a Câmara dos Deputados aprovou a autorização da abertura do processo de afastamento, Dilma poderia ter anunciado essa proposta de plebiscito com compromisso de renúncia imediata. Aí, sim, haveria sinceridade por parte dela. Agora, com o impeachment praticamente aprovado, essa proposta soa apelação e não tem base constitucional. Parece atitude de quem, derrotada, joga evidentemente no ‘quanto pior, melhor'”, afirmou Agripino.
Com Agência Estado
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