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Um grupo de parlamentares aliados de Jair Bolsonaro (PL) foi até a penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, para visitar a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa desde julho na Itália após fugir do Brasil logo após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os visitantes estavam os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE), Magno Malta (PL-ES) e o deputado Cabo Gilberto (PL-PB). A visita durou cerca de duas horas, tempo máximo permitido pela penitenciária.
Os parlamentares disseram temer pela segurança de Zambelli. Segundo Girão, a deputada divide cela com outras detentas, entre elas uma condenada por homicídio. Damares Alves afirmou que a saúde da ex-parlamentar é frágil e que eventuais conflitos entre presas poderiam colocar sua integridade em risco.
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Flávio Bolsonaro, por sua vez, intensificou as críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, a quem chamou de “violador de direitos”. O senador afirmou que buscará uma reunião com o ministro da Justiça da Itália, em agenda que incluirá também o líder da ultradireita italiana, Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro.
“Faço um apelo ao ministro da Justiça italiano: assim como o Brasil atendeu a um pleito da Itália no caso Battisti, pedimos que Carla cumpra prisão domiciliar aqui. No Brasil, ela será perseguida e terá seus direitos violados por Alexandre de Moraes”, disse Flávio.
Apoio internacional
Bolsonaristas organizam ainda um encontro em Roma, com apoio de militantes da direita que vivem na Itália, Suíça, França e Estados Unidos. O grupo sustenta a tese de que Zambelli é vítima de perseguição política.
A ex-deputada foi condenada a 10 anos de prisão por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, em esquema que envolveu o hacker Walter Delgatti Neto. A decisão foi unânime na Primeira Turma do STF.
A Justiça italiana, contudo, já negou recurso que pedia a liberdade provisória de Zambelli durante o processo de extradição. Os juízes apontaram risco concreto de fuga, lembrando que a parlamentar entrou na Itália em 5 de junho, um dia após a condenação definitiva, e declarou reiteradas vezes não confiar na Justiça brasileira.