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SÃO PAULO – Ao jornal O Estado de S. Paulo, o aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputado André Moura (PSC-SE) negou que tenha gravado escondido a conversa que teve com o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, na última quarta-feira(2).
“Quem faz isso não é digno da confiança de ninguém. Essa prática não é papel de homem e, sim, de moleque”, afirmou Moura, irritado, ao jornal. “Jamais me prestaria a um papel desses. Afirmo categoricamente que não tenho e nunca tive nenhuma gravação com quem quer que seja. Pode ter certeza”, disse André Moura.
De acordo com informações do colunista do G1, Gerson Camarotti, a suposta gravação de conversa teria deixado o PT em alerta.
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Isso porque Moura poderia confirmar com esse áudio que houve barganha na proposta do Planalto. Ontem, Cunha afirmou que a presidente Dilma Rousseff mentiu à nação e disse que se recusou a aceitar barganha para aprovar a CPMF. “A presidente mentiu. Dilma mentiu em rede de televisão e isso é muito grave”. O presidente da Câmara afirmou que a negociação estava sendo feito à sua revelia. “Dilma queria a aprovação da CPMF em troca de três votos do PT”, afirmou o parlamentar, em referência aos três votos de deputados petistas no Conselho de Ética.
No mesmo dia, Wagner rebateu as declarações de Cunha. “Sobre a afirmação do presidente da Câmara, ele é que mentiu, na medida que disse que ontem o deputado André Moura teria estado com a presidente Dilma, levado por mim. O deputado André Moura não esteve com a presidente Dilma, esteve comigo, sempre discuti com ele como emissário do presidente da Câmara, sempre discuti com ele pauta econômica”, disse o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
Wagner disse que a conversa com Moura se resumiu a projetos da área econômica que estão na pauta da Câmara e que nunca falou sobre a aceitação do pedido de abertura de impeachment. “Nunca conversei com o deputado André Moura – e ele seguramente irá confirmar – sobre arquivamento ou não de pedido de impeachment, até porque sou da tese de que não podemos sustentar um governo o tempo todo ameaçado, chantageado com a entrada ou não do pedido de impeachment”, avaliou.
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(Com Agência Brasil)
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