Além das eleições: veja os 2 fatores que levaram à alta de 4% da Petrobras

Após abrir em queda, os papéis da companhia registram fortes ganhos; pesquisa eleitoral apontando para queda da Dilma em um dos seus redutos eleitoral, o Ceará, passando de 66% das intenções de voto para 58% e dólar em queda também beneficiam ações da estatal

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um dia de forte volatilidade, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) registram forte alta no início da tarde desta terça-feira (6). Os papéis ON da companhia registraram alta de 3,96%, a R$ 17,05, enquanto os ativos PN registraram forte valorização de 3,81%, a R$ 18,24, seguindo o forte movimento de ganhos da última sexta-feira e após uma “pausa” na última sessão, quando os papéis PN ficaram próximos à estabilidade. 

Na semana passada, os fortes ganhos da companhia (alta de 3,77% para os ativos PETR3 e de 6,22% para os papéis PN apenas na sexta-feira) foram motivados em meio aos rumores – confirmados – de que a pesquisa Istoé/Sensus divulgada no último sábado traria uma disparada de Aécio Neves na corrida eleitoral para a presidência. E a pesquisa apontou pela primeira vez um 2º turno entre Aécio Neves e Dilma Rousseff. 

Enquanto Dilma Rousseff (PT) teria 35% das intenções de voto, Aécio Neves (PSDB) teria 23,7% e Eduardo Campos possui 11% das intenções de voto. Assim, a oposição conseguiria 34,7%, o que configuraria um empate técnico frente a margem de erro da pesquisa de 2,2%. Como os investidores não aprovam o intervencionismo da atual presidente no mercado, o crescimento dos adversários de Dilma na disputa eleitoral é bem recebida na Bolsa Brasileira. 

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Vale destacar que, desde que os primeiros rumores de pesquisas eleitorais em março e que mostraram o enfraquecimento da candidatura de Dilma, as ações PETR3 já registraram ganhos de 40% e os papéis PETR4, ganhos de cerca de 50% e atingem a cotação máxima desde o final de novembro de 2013. Vale ressaltar que, naquela época, a companhia anunciou aumento do preço de gasolina e diesel, mas decepcionou ao não revelar a nova metodologia de reajustes conforme indicado por Graça Foster em outubro, o que levou a forte queda das ações. 

E as especulações eleitorais seguem em pauta no mercado; nesta semana, o Datafolha divulgará pesquisa. E, nesta data, o Ibope divulgou pesquisa de intenção de voto presidencial com eleitores do Ceará, mostrando uma queda de Dilma no estado, importante reduto eleitoral da presidente. Contudo, ela continua disparada na frente: em março, Dilma tinha 66% da preferência do eleitorado e passou para 58%, enquanto Aécio e Campos ficaram com 7%. 

A pesquisa foi realizada de 27 a 30 de abril, com margem de erro de 3 pontos percentuais e registro no TSE sob o número 00100/2014. Conforme ressalta a XP Investimentos, a perda de espaço, ainda que não capitalizada para um aumento expressivo de intenções de voto aos concorrentes, é expressiva. Cabe lembrar que, em 2010, Dilma venceu o candidato do PSDB José Serra por 77,35% a 22,65% dos votos válidos no estado. 

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Porém, além das especulações, ainda há outro fator: a tendência de queda do dólar que registrou queda de 0,79%, a R$ 2,2291 na venda. No ano, a moeda norte-americana registra queda de 4,7%. Conforme ressalta o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, a companhia se beneficia com a baixa da moeda estrangeira, uma vez que ela é importadora de combustíveis para revendê-los no mercado nacional, com um desconto em relação aos preços internacionais e possui boa parte de sua dívida em dólar. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.