Agressão ou aceitável? Como as maiores nações do mundo reagiram ao ataque dos EUA à Síria

Enquanto alguns países condenaram e outros apoiaram a ação do governo Trump, outras nações pediram calma e defenderam discussões políticas para resolver o caso

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na noite de quinta-feira (6) os Estados Unidos surpreenderam o mundo com o lançamento de 59 mísseis contra a Síria em retaliação ao ataque químico feito pelo governo de Bashar al-Assad na última terça-feira. A notícia dividiu o mundo, com alguns países apoiando a ofensiva, enquanto outros pediram ponderação, além das nações que repudiaram a ação.

O ministro de informação da Síria descreveu o ataque aéreo norte-americano como “limitado” e “esperado”, de acordo com a Reuters. Damasco disse que não espera uma escalada militar. Mais cedo, o governo sírio classificou como “irresponsável e imprudente” o ataque. Segundo o gabinete do presidente Bashar al-Assad, “essa agressão aumentou a determinação da Síria em atingir os agentes terroristas”.

Na Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que “o presidente Putin considera os ataques dos EUA contra a Síria como uma agressão contra um Estado soberano em violação das normas do direito internacional e sob um pretexto falsificado”, segundo a nova agência russa Tass. Já o Ministério das Relações Exteriores decidiu suspender acordos de segurança aérea com os EUA, alegando que os ataques foram preparados antes do suposto ataque químico em Idlib.

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Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bahram Qasemi, afirmou que o país “condena veementemente tais ataques unilaterais … Tais medidas fortalecerão os terroristas na Síria … E isso complicará a situação na Síria e na região”.

A Arábia Saudita, por sua vez, disse que “apoia plenamente” os ataques de mísseis dos EUA contra a Síria e descreveu a resposta ao ataque químico como uma “decisão corajosa”. “Uma fonte responsável no Ministério das Relações Exteriores expressou o apoio total do Reino da Arábia Saudita às operações militares americanas em alvos militares na Síria, que veio como uma resposta ao uso de armas químicas do regime sírio contra civis inocentes”, disse o governo.

Na China, enquanto o presidente Xi Jinping participa de encontro com Donald Trump, o Ministério das Relações Exteriores pediu a todas as partes relevantes que se apegassem a acordos políticos na tentativa de evitar uma escalada militar, de acordo com agências internacionais.

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Já o Reino Unido disse em comunicado que os ataques de mísseis dos EUA foram uma resposta adequada ao “ataque com armas químicas bárbaras” lançado pelo governo sírio. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, discutiu o assunto com o líder da França, François Hollande. Os dois países divulgaram nota em conjunto pedindo uma solução pacífica a ser encontrada através das Nações Unidas. Além disso, o ministro alemão de Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, considerou a reação dos EUA “compreensível”.

A chefe de segurança da União Europeia, Federica Mogherini, lançou um comunicado: “A UE condena, em termos mais fortes, o ataque aéreo que atingiu a cidade de Khan Sheikhoun, na província de Idlib, em 4 de abril de 2017”. “Este ataque constitui uma flagrante violação do cessar-fogo, sublinhando a necessidade urgente de um cessar-fogo real e verificado. A UE apela à Rússia, à Turquia e ao Irã para cumprirem os seus compromissos como garantidores do acordo”, disse.

O Ministério de Relações Exteriores da Turquia sugeriu que os ataques de mísseis dos EUA foram “extremamente positivos” e acrescentou que o país estaria totalmente em apoio para garantir que Assad assuma a responsabilidade pelas ações de seu governo.

“Tanto em palavras quanto em ações, o presidente Trump enviou hoje uma mensagem clara e forte de que o uso e a disseminação de armas químicas não serão tolerados”, afirma nota do gabinete do presidente de Israel, Benjamin Netanyahu.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.