Aeroporto polêmico pode ajudar tio de Aécio em pendência judicial, diz Folha

Fazendeiro Mucio Tolentino é réu numa ação que o obriga devolver aos cofres públicos o dinheiro gasto pelo Estado na construção de uma pista de pouso existente no local antes de o aeroporto ser feito pelo governo de Aécio

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Desde domingo, o presidenciável tucano Aécio Neves tem sido questionado por denúncia da Folha de S. Paulo sobre suposto uso da máquina pública como governador de Minas Gerais para construir aeroporto em terras de sua família.

Ele teria gasto R$ 14 milhões em seu segundo mandato na obra em Cláudio (MG), mas alega que o terreno de seu tio-avô fora desapropriado para o fim. Nesta sexta-feira, o jornal fez nova denúncia e aponta que, ao desapropriar a área, favoreceu o fazendeiro Mucio Tolentino em uma pendência judicial que se arrasta há mais de uma década.

O fazendeiro é réu numa ação movida pelo Ministério Público estadual que o obriga devolver aos cofres públicos o dinheiro gasto pelo Estado na construção de uma pista de pouso existente no local antes de o aeroporto ser feito pelo governo de Aécio. Desde então, a área foi bloqueada para venda na Justiça. Com a desapropriação, feita sete anos depois, ele ganhou o direito de receber do Estado pelo menos R$ 1 milhão de indenização.

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O aeroporto de Cláudio foi construído dentro de um programa lançado pelo governo com a justificativa de estimular o desenvolvimento do interior mineiro. Aécio e o governo dizem que escolheram a área de Múcio para o aerodrómo por ser a opção mais econômica para o estado. Porém, segundo a Folha, uma análise dos dois processos judiciais que envolvem o terreno mostram que os parentes de Aécio podem ter sido beneficiados diretamente pelas obras, mesmo que a ação demore décadas para ter um desfecho na Justiça. 

No início da semana, a Anac informou que notificaria o governo de Minas e a prefeitura da cidade para que apresentem informações sobre supostas irregularidades na utilização do aeroporto.

O PT, por sua vez, entregou para a PGR (Procuradoria Geral da República), segundo nota divulgada pelo partido, um pedido de investigação do suposto uso de recursos públicos na construção do aeroporto.  

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O documento também pede para a PGR averiguar se o aeroporto opera sem autorização da Anac. “A construção e administração irregular do aeródromo se configurariam em ato de improbidade administrativa, desrespeito ao Código Brasileiro da Aeronáutica e em crimes de peculato, emprego irregular de verbas públicas e de prevaricação”, destacou a nota do partido. 

(Com Brasil 247)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.