Aécio volta ao Senado e tenta se firmar como protagonista de “oposição sem tréguas”

Candidato derrotado do PSDB à presidência deve criticar o governo em pronunciamento e se mostrar como líder da oposição

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Pouco mais de uma semana de ter perdido as eleições por 3,5 milhões de votos para Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB) voltará para Brasília nesta terça-feira (4) e planeja fazer entre hoje e amanhã um discurso incisivo no Senado. 

Segundo aliados, ele deve criticar o governo e se mostrar como líder da oposição, mas rejeitará os últimos pedidos de impeachment da presidente eleita no último dia 26 de outubro. Assim, ele tentará se firmar como o nome para a disputa da próxima eleição presidencial, em 2018. Os paulistas Geraldo Alckmin e José Serra, governador e senador eleito respectivamente em São Paulo, podem ser nomes fortes para a disputa na próxima eleição.

De acordo com informações do jornal O Globo, tucanos e líderes de outros partidos de oposição defendem que se adote a linha pregada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em artigo publicado em diversos jornais no domingo: uma “oposição sem tréguas” até que se prove que a presidente Dilma Rousseff não está sendo leniente com a corrupção e levará até as últimas consequências a apuração de escândalos que envolve a Petrobras. “Para os tucanos, os 48,4% dos eleitores que apoiaram a oposição este ano querem mudança, cobram oposição ferrenha e rejeitam diálogo com o governo do PT”, afirma a matéria.

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Aécio deverá fazer pronunciamentos trazendo um balanço da campanha e apontando os rumos de sua atuação. O artigo de FHC foi entendido como um recado para o PSDB de que Aécio saiu da eleição com credenciais para disputar as eleições presidenciais em 2018.

O candidato deverá ser recepcionado por manifestantes no aeroporto e no Congresso ao chegar em Brasília, no meio da tarde. Amanhã, fará um pronunciamento no Auditório Nereu Ramos, com governadores da oposição, parlamentares e lideranças de todos os partidos que o apoiaram no segundo turno, afirma o jornal.

Já segundo o jornal O Estado de S. Paulo, em seu retorno, o senador terá de administrar a primeira crise interna da legenda. Setores do PSDB e integrantes da Executiva reclamam que não foram ouvidos sobre a decisão da sigla de pedir ao TSE uma auditoria das eleições. Reservadamente, os tucanos classificam a iniciativa como um “tiro no pé” e que deu munição para os petista.s 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.