Aécio ou Dilma? UBS traça projeções de Bolsa e câmbio em cada cenário pós-eleições

Instituição vê dólar podendo cair para R$ 2,25 ou disparando até R$ 2,70 e também faz recomendações de ações para cada cenário das eleições

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – São apenas três dias, ou menos de dois pregões, para o dia que o mercado espera desde março, quando teve início o “rali eleitoral”. Tentando se preparar para o que irá ocorrer na segunda-feira (27) após sabermos quem será o presidente do Brasil pelos próximos 4 anos, investidores estão de olho em todas as notícias e pesquisas e neste momento as análises podem ajudar no que esperar.

Na manhã desta quinta-feira (23) o UBS divulgou um relatório sobre o cenário pós-eleições, e a visão dos estrategistas Geoff Dennis e Howard Park são completamente diferentes para quem vencer o pleito de domingo. Para se ter uma ideia, o Ibovespa pode variar entre 48 mil pontos com um dólar em R$ 2,70 no pior cenário, ou então disparar para 65 mil pontos com uma queda da moeda norte-americana para R$ 2,25 no cenário mais animador.

De acordo com a dupla, com as pesquisas mostrando empate técnico fica muito complicado fazer qualquer tipo de projeção, mas já está claro que o mercado está precificando uma vitória da petista Dilma Rousseff. “Enquanto isso, uma vitória de Aécio não seria um choque total, mas acreditamos que seria uma surpresa”, destacam em relatório.

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No documento de 14 páginas, o UBS evita afirmar que uma reeleição seria o pior cenário, afirmando apenas que suas piores projeções são para um ambiente onde “as políticas permanecem as mesmas”. Por outro lado, todas as projeções mais otimistas ocorrem em um cenário onde o tucano é eleito presidente, destacando que ele será responsável por grandes reformas.

Apesar das projeções, os dois estrategistas destacam que, quem quer que vença, terá muito trabalho pela frente. “Achamos que o novo presidente terá de enfrentar um desafio de melhorar o PIB do País, o investimento e a produtividade, especialmente com a economia crescendo pouco”, aifrmam no relatório. Para eles, duas reformas são as mais importantes: 1) reforma estrutural nas companhias estatais; 2) reequilibrar as políticas fiscais e monetárias para reduzir o tamanho do setor público, redução de impostos, e garantia de um Real mais baixo.

A Bolsa
Determinar para onde o Ibovespa vai após as eleições não é uma ciência exata, e por isso mesmo o UBS criou uma tabela onde indica quais seriam os principais cenário para o índice e para o dólar dependendo o do resultado de domingo. Atualmente – com a Bolsa em 55.725 pontos e dólar em R$ 2,45 (em negrito na tabela) -, os estrategistas explicam que o Ibovespa está sendo negociado a um P/L (preço em relação ao lucro) de 10,6 vezes, cerca de 25% acima da média ao qual foi negociada desde 2000, que é de 8,5 vezes.

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Apesar de mostrar outras combinações, a tabela abaixo mostra as combinações entre Bolsa e dólar para um caso de vitória de Aécio Neves (PSDB) ou de uma manutenção das atuais políticas – leia-se vitória de Dilma. Acreditando em grandes reformas, o UBS mostra que uma vitória do tucano leve o Ibovespa para 65 mil pontos, com o dólar recuando para R$ 2,25, mas podendo variar de patamar (3 círculos inferiores).

Por outro lado, caso Dilma vença e não realize as mudanças que eles acreditam serem necessárias, o principal índice da Bolsa pode ir para 48 mil pontos, com a cotação do dólar batendo em R$ 2,70 (dois círculos superiores). Veja abiaxo o quadro feito pelo UBS:

Ações
Sobre as ações, os estrategistas do UBS também fazem suas indicações para cada um dos cenário. De acordo com eles, uma vitória da atual presidente, sem a realização de reformas, eles indicam empresas beneficiadas por um Real mais barato (ou seja, alta do dólar) e papéis conhecidos por serem defensivos.

Entre os destaques estão a BRF (BRFS3), Mahle Metal Leve (LEVE3), AmBev (ABEV3), Pão de Açúcar (PCAR4), BB Seguridade (BBSE3), Estácio (ESTC3), Kroton (KROT3), CTEEP (TRPL4), AES Tiete (GETI4) and ALL (ALLL3).

Por outro lado, em caso de vitória de Aécio Neves, a indicação são por ações beneficiadas pelas reformas esperadas, principalmente as estatais (como já tem sido indicado no atual momento da Bolsa). Neste caso, destaque para Petrobras (PETR3; PETR4), Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3; BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Cesp (CESP6), BM&FBovespa (BVMF3) e Gol (GOLL4).

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.