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SÃO PAULO – Poucas semanas atrás, seriam poucos aqueles que diriam que o candidato Aécio Neves (PSDB) disputaria um segundo turno com Dilma Rousseff (PT).
No começo de setembro, o tucano “patinava” nas pesquisas entre 14% e 15%, enquanto Marina Silva (PSB) disparava e se igualava até mesmo nas intenções de voto frente àa atual presidente, com cerca de 35% das intenções de voto, conforme o Datafolha de 3 de setembro.
Porém, já no final do mês, em pesquisa do último dia 30, Marina Silva apareceu com 25% das intenções de voto e Aécio, 20%. Dilma ficou isolada em primeiro lugar, com 40% das intenções de voto.
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Com esta trajetória de possível convergência entre Marina e Aécio nas intenções de voto – apesar de não ser possível afirmar que isso ocorrerá efetivamente nas urnas – trouxe à tona um episódio bastante conhecido e que ocorreu há 25 anos.
Na eleição de 1989, o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protagonizou uma virada de jogo frente Leonel Brizola (PDT) na reta final da disputa e foi para o segundo turno com Fernando Collor de Mello (PRN).
Diversos analistas apontam: a disputa entre Aécio e Marina para ver quem fica com a segunda vaga promete ser bastante disputada – e emocionante. “Apesar da vantagem de cinco pontos, Marina mantém trajetória de queda na reta final, enquanto Aécio apresenta desempenho inverso e não está descartada a hipótese de que o tucano seja o adversário de Dilma no segundo turno”, ressalta a Arko Advice em relatório. “Mantida a tendência registrada nas últimas pesquisas, Marina e Aécio podem chegar empatados no dia da votação”.
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O mesmo aconteceu em 1989, quando a diferença de Lula para Brizola foi de apenas 0,6%, ou cerca de 460 mil votos, com o petista se beneficiando do maior índice de rejeição de Brizola nas duas últimas semanas que antecederam a eleição.
Algo parecido pode estar acontecendo com Marina Silva: conforme apontou a última pesquisa CNT/MDA, a rejeição da candidata do PSB foi a única que subiu entre os três principais candidatos à presidência, passando de 39,5% para 42,5%.
Já a rejeição da candidata Dilma Rousseff (PT) recuou para 41,1%, de 43,9% na leitura anterior. A de Aécio Neves, por sua vez, caiu de 43,2% para 42,6%.
O diretor de pesquisas do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, destacou ao InfoMoney que as tendências são parecidas, mas as explicações são diferentes. “[Fernando] Collor era a 3ª via entre o PMDB de Ulisses [Guimarães] e [José] Sarney, e a esquerda de Brizola. Lula subiu como nova alternativa de esquerda, com o declínio do Brizolismo e ascensão do sindicalismo”.
Já Marina Silva surgiu como uma terceira via representando o descontentamento. Porém, a contradição entre o discurso da “nova política” e até mesmo o apoio de segmentos do mercado gerou desgastes de imagem, levando à volta da polarização entre PT e PSDB, afirma Guedes.
Conforme destacou o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, em entrevista a Istoé sobre o assunto, “as tendências costumam se acentuar no dia da votação”. É esperar o dia 5 de outubro para ver.
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