Aécio foi bem, mas não foi capaz de reverter o favoritismo recém conquistado de Dilma

Conforme ressalta o consultor político Vítor Oliveira, as estratégias dos candidatos estiveram em linha com o esperado e que o tucano não trouxe nada novo para o debate

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O debate da TV Globo realizado na noite da última sexta-feira (24) foi o ato final dos candidatos à presidência Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) para o grande público antes do segundo turno. E, de acordo com o consultor político e blogueiro do InfoMoney, Vítor Oliveira, o tucano foi bem no debate, mas não foi capaz de reverter o favoritismo de Dilma Rousseff, recém conquistado com a recuperação da petista junto ao segmento de renda entre 2 e 5 salários mínimos, em que Aécio chegou a predominar no início do segundo turno.

“As estratégias dos candidatos no debate estiveram em linha com o esperado, em função da última rodada de pesquisas eleitorais. Aécio agressivo desde o início, utilizando as denúncias sobre corrupção para tentar desestabilizar emocionalmente e associar ainda mais o PT às denúncias sobre corrupção. Embora sem a mesma desenvoltura retórica de Aécio, Dilma manteve seu discurso associado às marcas principais da gestão petista – como o ProUni e o Minha Casa Minha Vida”, ressalta o consultor.

Oliveira ressalta que a expectativa por um debate qualificado é pouco razoável numa competição eleitoral de massa e, com isso, os partidos simplificam o processo a uma disputa quase binária, para que o eleitor tome sua decisão com base em algo simples. Neste sentido, os debates reforçam este papel, ao dar visibilidade a esse duelo, afirma o consultor, com o PT reforçando a clivagem entre pobres e ricos e dando destaques às políticas públicas redistributivas e o PSDB ressaltando o aspecto moral, apoiado nos casos e nas denúncias de corrupção. 

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Dilma se saiu bem ao reforçar a associação de sua candidatura a políticas redistributivas, ao mesmo tempo em que Aécio – e o PSDB, há tempos – não conseguiu avançar na construção da imagem de um partido capaz de dar segurança aos eleitores mais pobres”, afirma. Assim, ressalta, o discurso do tucano não pareceu suficiente para combater o predomínio petista na disputa redistributiva de renda, o que sacramenta a recuperação da petista no segmento entre 2 e 5 salários mínimos. 

O consultor ressalta, contudo, que é difícil criticar a estratégia de Aécio de focar o discurso moral, uma vez que não é fácil formular uma crítica ao PT no aspecto social, relembrando outras eleições e candidatos. “Outros candidatos, como José Serra em 2010, tentaram anúncios especificamente voltados para o eleitorado mais pobre no debate da Globo, com o décimo terceiro do bolsa família. Marina Silva fez o mesmo no primeiro turno. Não foi suficiente”, destaca.

Aécio, não se mostrou desesperado. Foi bem, mas sem trazer nada novo para quebrar a trajetória recente de melhora da candidata Dilma. Embora seja difícil precisar o efeito que um debate pode ter numa campanha,  a leitura é de que Aécio não foi capaz de reverter o favoritismo recém conquistado de Dilma”, conclui o consultor. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.