Aécio era “o mais chato” na cobrança de propina junto à UTC, afirma delator

Folha de S. Paulo publicou vídeo com a delação premiada de "Ceará" cujo conteúdo foi revelado em dezembro de 2015; senador tucano classificou citação a seu nome como "absurda e irresponsável"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) era “o mais chato” na cobrança de propina junto à empreiteira UTC, segundo afirmou o entregador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha (“Ceará”), na gravação em vídeo de sua delação premiada, divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo. Ele trabalhava para Alberto Youssef. 

Em dezembro, o jornal revelou a delação de Ceará, em que ele  afirmou ainda ter levado R$ 300 mil a um diretor da UTC no Rio, de sobrenome Miranda, que seriam destinados a Aécio.

O delator destacou que o episódio lhe “marcou muito”. Contou que Miranda estava ansioso pela “encomenda” e teria lhe falado: “Esse dinheiro tá me sendo muito cobrado”. 

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Ao ser questionado por Ceará, o diretor da UTC teria respondido que o destinário do dinheiro era o senador tucano. “[Miranda] ainda falou que era o mais chato que tinha para cobrar”, contou Rocha.

“Ceará” também acusou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de ter recebido propina em delação. Contudo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou o arquivamento da investigação depois de uma contradição com o depoimento de outro delator.

Outro lado
O senador tucano já havia negado em dezembro as afirmações de Ceará, classificando-a como “absurda e irresponsável” a citação a seu nome, “sem nenhum tipo de comprovação”.

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“Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações”. “A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições de que participou, a única campanha que recebeu doação eleitoral da UTC foi a de 2014, através do Comitê Financeiro do PSDB”. A UTC disse que “a acusação não tem fundamento”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.