Aécio diz no Senado que máscara do governo caiu e propõe condição para diálogo com Dilma

Candidato derrotado pelo PSDB disse que qualquer diálogo deve estar condicionado à investigação das pessoas envolvidas no “maior escândalo de corrupção” do país e fala novamente sobre mudança

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em seu retorno ao Senado, o candidato derrotado à presidência da República pelo PSDB Aécio Neves fez novas críticas ao governo e afirmou que qualquer diálogo será condicionado à investigação das pessoas envolvidas no “maior escândalo de corrupção” do país, que atingiu a Petrobras. Ele cobrou ainda três compromissos: um compromisso com a liberdade, especialmente a liberdade de imprensa; a transparência; e a autonomia e o fortalecimento dos poderes.

“Eu estou feliz e honrado pela manifestação de 51 milhões de brasileiros que viram na nossa candidatura o caminho para mudar o Brasil”, destacou, afirmando que também é consciente das grandes responsabilidades que estes votos dão a ele. 

Ele disse que houve uma disputa desigual, com uso do aparato estatal pelo governo, dizendo que “eles fizeram o diabo” e voltou a se apresentar como uma alternativa na defesa de um estado mais moderno e eficaz. “Eu me coloquei defendendo a retomada das reformas, a reaproximação do Brasil com o resto do mundo, dizendo sempre buscou com o País melhor e um governo que seja mais eficiente e decente. “Perdemos as eleições por uma pequena diferença, mas algo de novíssimo aconteceu no Brasil”, afirmou.

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Como já havia feito nesta terça, Aécio ressaltou que sua candidatura deixou de ser apenas “de um partido político”, para se tornar um movimento maior, que pode ser sentido mesmo depois das eleições nas ruas e nas redes sociais. Segundo ele, os brasileiros não toleram mais a corrupção e a ineficiência que caracterizam o atual governo. 

Aécio afirmou que tentaram a todo custo dividir o país ao meio, como se o “nosso maior patrimônio não fosse o nosso povo”, espalhando mentiras e terrorismo em que condicionavam o fim do Bolsa Família ao voto no PSDB. 

“Reconheço os resultados das eleições, mas mais importante do que tudo isso é saudar o novo Brasil que surgiu das urnas a história irá de registrar o despertar de um novo País, um País sem medo, com convicções”, afirmou. 

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O tucano ainda fez críticas sobre o atual governo que, durante a campanha foi colocado como vilão mas que, depois das eleições, a “máscara do PT caiu” e o “governo está se revelando”. “Alertei para a inflação e para os problemas nacionais que foram evidenciados e mostraram quem estava com a razão. Três dias das eleições, o Banco Central elevou os juros e não sei se vai parar por aí. No entender do PT na campanha, elevar os juros seria tirar a comida dos brasileiros. O governo escondeu os resultados das contas públicas e agora antecipa ajustes que serão duríssimos no ano que vem. O ambiente é duríssimo, o déficit comercial só cresce e os problemas flagrantes, chegamos à menor taxa de investimento na economia na última década. A presidente está dizendo o que disse que não faria: semana que vem aumenta o combustível e já aumentou os preços de energia, anulando o que ela abaixou com truculência. Ao adiar as medidas necessárias, o governo impacta os mais pobres. A história mostrou rapidamente quem tinha razão”, afirmou. 

“Basta de tanta omissão, de terceirizar responsabilidades, precisamos da restauração plena da sociedade brasileira. O Brasil exige respeito a lógica federativa”. Ele ainda agradeceu aos brasileiros e saudou a família de Eduardo Campos e Marina Silva sobre a “prioridade que teve sobre o Brasil e por quem possuo imenso respeito pessoal, cujo protagonismo se faz necessário para consolidar a democracia. Saúdo o grande estadista FHC, esse sim grande presidente”. 

“A partir de agora nós, da oposição, seremos porta-voz de todo um movimento de mudança de todo o País e, ao olhar para o Congresso, o governo não deve olhar só para as cadeiras, olhe para cada voto a voz estridente de mais de 51 milhões de brasileiros que não aguentam mais o brasil capturado por um partido e projeto de poder. Não vamos nos dispersar, nossa caminhada não terminou. E, vamos juntos, por um País melhor”, concluiu. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.