Aécio defende legado de FHC e espera que investigações sobre Petrobras sejam ilimitadas

Em evento em São Paulo que reuniu lideranças e militantes do PSDB, tucano falou ainda sobre Petrobras ao dizer que, a prisão de um dos diretores indicados pelo PT deixará muita gente sem dormir

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O PSDB realizou evento com correligionários em São Paulo nesta sexta-feira (14) para agradecer a votação que o candidato à presidência pelo partido, Aécio Neves, teve no estado. O ato reuniu mais de 700 pessoas e vários integrantes da oposição, de acordo com informações do partido.

Além de Aécio, lideranças como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador e candidato a vice na chapa de Áecio, Aloysio Nunes, além do governador paulista Geraldo Alckmin. Os deputados Paulo Pereira da Silva (Solidariedade), Bruno Covas (PSDB), entre outro, estavam presentes no evento. 

Aécio falou sobre a corrupção na Petrobras e assumiu o compromisso de fazer uma “oposição sem adjetivos”, “ética”, “atenta” e “vigorosa”.

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“Os brasileiros foram às ruas para dizer que ‘basta de tanta corrupção’ e de ‘tanto descaso’. O Brasil acordou nessas eleições. Esse é o nosso desafio: de manter viva essa chama. Eu caminho pelas ruas do Brasil inteiro, e o sentimento que eu tenho é de vitória. Pela primeira vez, aqueles que venceram essas eleições, enfrentarão uma oposição conectada com os sentimentos das ruas e dos brasileiros”. 

Aécio disse que o “PT verá uma oposição vigorosa e corajosa para denunciar as irregularidades, mas também patriótica nos próximos quatro anos”. E afirmou: “se alguns poderiam achar que a derrota eleitoral abateria o meu ânimo, eu me sinto hoje mais determinado, com maior disposição, para exercer o papel que nos foi delegada pela sociedade brasileira.”

O senador mineiro ainda falou que houve terrorismo político nestas eleições, para afetar a sua candidatura: “foi a campanha da infâmia e das mentiras em benefício de um projeto de governo. A história registrará que utilizaram o terrorismo”. 

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Ele também falou sobre a Petrobras ao criticar o adiamento da divulgação do balanço da Petrobras – devido ao não auditamento dos números da companhia pela PwC. “O adiamento da divulgação do balanço da Petrobras traz a marca perversa das ações do governo” e falou sobre a prisão do mais importante diretor da estatal indicado pelo PT, Renato Duque. Para ele, a prisão de Duque deixará “muita gente sem dormir em Brasília”, porque ele representa o elo mais forte com o partido. 

E ainda falou sobre Fernando Henrique Cardoso, ao dizer que o ex-presidente tucano “foi o grande responsável pela mudança de vida dos brasileiros”. “Vamos impedir que o PT destrua a obra macroeconômica realizada na gestão do FHC”, afirmou. 

LDO e Petrobras
Antes do evento ser realizado, Aécio disse que a oposição fará de tudo para impedir que o governo altere a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e que vai impedir qualquer manobra no Congresso.

“A LDO foi aprovada após uma ampla discussão no Congresso Nacional e tem que ser cumprida. E nós vamos exercer, portanto, o nosso papel de oposicionistas garantindo o seu cumprimento. Então, a posição das oposições é: obstrução inclusive das discussões na Comissão até que essa questão seja resolvida. E obviamente, nosso posicionamento será contrário à modificação da LDO”. E ainda falou: “impedir a aprovação da modificação da LDO é defender as prerrogativas do Congresso Nacional e defender a lei. As consequências obviamente terão que ser, amanhã, exercidas pela Justiça. Nós vamos exercer o nosso papel de oposicionistas com absoluto vigor, sem adjetivações”.

Ele afirmou ainda que o PSDB orientou a bancada no Congresso para começar a coletar assinaturas para uma segunda CPI da Petrobras em 2015. Ele ressaltou que os desvios atingem os mais elevados níveis da empresa e defendeu que as investigações sobre denúncias da empresa sejam “ilimitadas”. 

“Temos que estar vigilantes para que não haja qualquer limitação a essas investigações. Quando nós, no Senado Federal, propusemos a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, eu me lembro que líderes do PT foram à tribuna para dizer que não existia nada de errado na Petrobras, que aquilo era uma manobra eleitoreira das oposições”, afirmou Aécio.

“Vamos impedir que qualquer manobra no Congresso Nacional no sentido de impedir que as investigações, também no Congresso, avancem. Já orientamos nossas bancadas para começarem a coleta de assinaturas para, imediatamente, após o reinício dos trabalhos do Congresso, em fevereiro, nós tenhamos uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito, porque todas essas informações poderão ser utilizadas pela nova Comissão Parlamentar, já que estamos percebendo que não há uma vontade clara, ao contrário do que diz a presidente da República, da sua base em avançar nessas investigações ainda esse ano”, afirmou. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.