Aécio comemora apoio de Marina e diz que decisão engrandece boa política; Dilma minimiza

“Acredito que nós iniciamos já essa reta final e decisiva do segundo turno demonstrando que o Brasil tem possibilidades, não apenas de vencer o atual governo que aí está”, disse Aécio; já Dilma destacou "programas econômicos semelhantes"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse estar “muito feliz” com a declaração de apoio à sua candidatura neste domingo de Marina Silva (PSB), terceira colocada na disputa eleitoral no primeiro turno, e disse que inicia a segunda etapa da corrida presidencial com possibilidades de derrotar a presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT.

“Estou extremamente feliz com esse apoio e que tocará fundo no coração de milhões de brasileiros, eu tenho absoluta certeza disso. É uma decisão que engrandece a boa política brasileira”, disse o candidato a jornalistas em Aparecida (SP), onde ocorreu missa solene em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.

“Acredito que nós iniciamos já essa reta final e decisiva do segundo turno demonstrando que o Brasil tem possibilidades, não apenas de vencer o atual governo que aí está”, disse o candidato.

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Marina Silva, formalmente filiada ao PSB, anunciou neste domingo seu apoio a Aécio. A transferência de eleitores não é automática, mas o posicionamento da ex-senadora, que obteve mais de 22 milhões de votos, pode impulsionar a campanha do tucano. No sábado, ele recebeu o apoio da família de Eduardo Campos, presidenciável do PSB morto em acidente aéreo em agosto.

Já a presidente Dilma Rousseff minimizou o apoio em evento em São Paulo. Ela afirmou neste domingo que “é compreensível” a decisão de Marina Silva (PSB), que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial, de apoiar o candidato Aécio Neves (PSDB) na segunda rodada da eleição, uma vez que há similaridades nos programas econômicos de ambos.

“A opção (de Marina) é compreensível. A proximidade que ela tem é com o programa econômico do Aécio e tem menos proximidade com o meu e do presidente Lula”, disse Dilma que participou de um evento como candidata pelo Dia da Criança, em Guianases, no leste da capital paulista.

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“Não acredito que exista transferência automática de votos, porque acredito na democracia… o voto é de cada pessoa que vai na urna e registra o voto”, disse Dilma.

Na votação do primeiro turno, Marina ficou com 21,3% dos votos válidos, pouco mais de 22,1 milhões de votos. A presidente Dilma obteve 41,6%, ou quase 43,3 milhões, enquanto Aécio teve 33,6%, o equivalente a 34,9 milhões.

   

Ao ser perguntada se a articulação da campanha petista falhou, uma vez que não conseguiu o apoio da candidata do PSB derrotada no primeiro turno, Dilma disse que não.

   

“Não falhamos, tínhamos outro alinhamento. Eles concordaram com o Banco Central independente, nós não”, disse Dilma a jornalistas. “Querem diminuir a participação dos bancos públicos, nós não. Isso, aliás, acabaria ou iria reduzir muito o (programa) Minha Casa, Minha Vida”, disse a petista, reiterando as críticas que fez à candidatura de Marina no primeiro turno.

Hoje, no Twitter, ela já havia destacado que o apoio era compreensível e atacou o adversário:  “o projeto do candidato adversário (Aécio) representa uma visão da economia que quando esteve no governo quebrou o país três vezes” e que “aqueles que estão comigo representam o meu projeto de país: de avanço. Os que estão (PSDB) do outro lado representam o retrocesso!”

(Com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.