Acusados na Lava Jato movimentaram R$ 23,7 bi desde 2011; Petrobras pode perder bilhões

Em relatório da Coaf, 4.322 pessoas são citadas, assim como 4.298 empresas que participaram da movimentação

Lara Rizério

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SÃO PAULO – De acordo com informações do jornal O Globo da manhã desta quarta-feira (19), entre 2011 e 2014, pessoas físicas e jurídicas investigadas na Operação Lava-Jato (que investiga esquema de corrupção na Petrobras) fizeram movimentações consideradas atípicas no valor de R$ 23,7 bilhões. Os dados são do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Apenas em espécie, o grupo movimentou R$ 906,8 milhões. O jornal informa que o Conselho produziu 108 relatórios com alertas sobre possíveis irregularidades nas movimentações financeiras do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e das empreiteiras, entre outras pessoas e empresas. No total, 4.322 pessoas são citadas, assim como 4.298 empresas que participaram da movimentação.

No entanto, destaca o Coaf, os números não são valores absolutos e há situações em que nomes de pessoas e empresas são mencionados diversas vezes. Os relatórios deram origem às investigações que, mais tarde, levaram à Operação Lava Jato, em março deste ano. 

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E, de acordo com relatório do Morgan Stanley divulgado pela Agência Estado, os desvios na Petrobras podem levar a perdas de R$ 21 bilhões para a estatal, o que comprometeria todo o seu lucro anual.

O Morgan fez as suas estimativas baseando-se nas informações dadas por Paulo Roberto Costa de que as propinas representavam cerca de 3% do que foi investido pela empresa nos últimos anos. O banco fez uma estimativa entre 1% e 5% considerando a margem de erro, o que levaria a baixas entre R$ 5 bilhões e R$ 21 bilhões. No último caso, se o registro de perdas for na contabilidade for feito todo neste ano, não haverá pagamento de dividendos para os detentores das chamadas ações ordinárias (com direito a voto nas principais decisões das empresas). 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.