Abatido, Cunha disse a amigos: “Michel não fez nada por mim”; opositores lançam nova campanha

Patrono do impeachment, o peemedebista cobrava lealdade por colocar Michel Temer na Presidência e o culpou por sua perda de mandato

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Nos últimos dias antes de ser cassado, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se sentiu abandonado por integrantes do Palácio do Planalto, conforme ele deixou claro durante entrevista coletiva na madrugada desta terça-feira (13) após a sua cassação.

“Eduardo, o governo não pode tudo”, tentou explicar um emissário do Planalto, mas Cunha não teria se convencido, destaca a coluna Painel, da Folha de S. Paulo.

Patrono do impeachment, o peemedebista cobrava lealdade por colocar Michel Temer na Presidência. Abatido, com olheiras e mais calado do que o normal, confidenciava a amigos horas antes da cassação: “o Michel não fez nada por mim”, ressalta a coluna.

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Em entrevista coletiva, Cunha destacou que o governo Temer teve responsabilidade na cassação do seu mandato por ter apoiado a eleição do Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Casa, com apoio do PT.

“Quem elegeu o presidente da Casa foi o governo, quem derrotou o candidato Rogério Rosso foi o governo. Todo mundo sabe que o governo hoje tem uma eminência parda e quem comanda o governo é o Moreira Franco, que é o sogro do presidente da casa [Rodrigo Maia]. Todo mundo sabe que o sogro do presidente da casa comandou uma articulação e fez com que fosse feita uma aliança com o PT e, consequentemente, com isso a minha cassação estava na pauta”, disse Cunha.

Durante a entrevista, ele ainda falou que vai escrever um livro sobre o impeachment e, perguntado se tinha a intenção de assinar delação premiada, já que é alvo da Operação Lava Jato, Cunha disse não ser criminoso para fazer delação. “Só faz delação quem é criminoso. Eu não sou criminoso, não tenho que fazer delação”. Contudo, passada a cassação, o Estadão destaca que os adversários do peemedebista  já têm uma campanha para substituir o “Fora, Cunha!”. Agora, querem lançar o “Delata, Cunha”, um estímulo para que o ex-presidente da Câmara conte o que sabe para a Operação Lava Jato. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.