“A voz das ruas está ecoando no PMDB”, diz Moreira Franco

Um dos principais aliados de Michel Temer diz que o partido busca mostrar a unidade por uma resposta aos temores de perdas das conquistas sociais

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A poucos minutos do início da reunião que deverá oficializar o desembarque do PMDB da base do governo da presidente Dilma Rousseff, o InfoMoney conversou com o ex-ministro e atual presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, tido como um dos principais articuladores para a ruptura dentro do partido. Segundo ele, o grande problema do Brasil hoje está na deterioração da economia e na incapacidade do governo em propor soluções para a crise.

“Sempre achamos que o primeiro problema brasileiro era economia, o segundo, economia, e o terceiro, economia. E o governo não apresenta propostas para isso”, afirmou.

Moreira Franco argumenta que a piora dos indicadores econômicos e sociais — o que chamou de “tragédia” — foi fator decisivo para a mudança de posição do principal partido da base do governo. Ele diz que o partido busca mostrar a unidade por uma resposta aos temores de perdas das conquistas sociais.

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“O PMDB é um partido que não tem dono, faz política. E a ferramenta da política é a conversa. Evidentemente, nessa conversa [da ruptura com o governo], está tendo um apoio enorme da opinião pública. A voz das ruas está ecoando no partido, nas reuniões e nos diretórios”, diz o ex-ministro.

Quando questionado se o atual vice-presidente, Michel Temer, teria condições de compor um governo de união nacional, Moreira Franco preferiu adotar o tom de cautela, desconversando sobre a possibilidade de o peemedebista assumir o comando do País. Segundo ele, o momento é de marcar posição de desembarque do governo, mostrar a união do partido e apresentar alternativas.

A sigla decidiu adotar decisão por aclamação, e não votação nominal, para a definição sobre a saída da base. Desta forma, ficam menos expostos quaisquer rachas internos que deem munição à articulação política de Dilma no convencimento através do varejo. O ministro, no entanto, disse que a ideia é a ação representar mais uma manifestação de unidade do PMDB.

“O Brasil nunca esteve tão dividido. Nem no regime militar vi uma intolerância tão grande. As pessoas não estão com paciência para conviver com o que estão obrigadas a conviver. É necessário união”, concluiu Moreira Franco.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.