“A República cai” se empreiteiras colaborarem com investigações, diz Delcídio em delação

O trio das principais empreiteiras patrocinadoras de campanhas políticas teria utilizado de negócios do BNDES não só no Brasil, como também no exterior

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Campeãs em doações a campanhas eleitorais, as empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez também foram alvo da delação do senador Delcídio do Amaral à Procuradoria-Geral da República, homologada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki nesta terça-feira. Conforme mostra o documento que trata dos depoimentos prestados entre 11 e 14 de fevereiro, o ex-líder do governo no Senado acusou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, por “sinalizar de forma muito sutil” a aprovação de financiamentos do banco público, obrigando as companhias a viabilizar doações eleitorais.

Contou o parlamentar em delação que Odebrecht e OAS seriam as “mais petistas”, ao passo que Andrade Gutierrez seria “mais tucana” — o que disse não impedir que o trio apoie outros partidos. Na avaliação de Delcídio, caso algum dos executivos donos das empresas venham a colaborar com as investigações, “cai a República”. O trio, diz o senador, teria utilizado negócios do BNDES “não só no Brasil, mas também no exterior”, cujas informações encontram-se em lista sigilosa da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).

Confira a transcrição desse trecho da delação, presente no Anexo 27 do documento:

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ODEBRETCH, ANDRADE GUTIERREZ e OAS são algumas dos principais doadores de campanha eleitorais. Atuam em setores de infraestrutura vitais para o pais, além de participarem ativamente dos programas de concessão de rodovias, ferrovias, aeroportas, energia, etc.

Que eles atuam ecumenicamente quando o assunto é a eleição. ODEBRETCH e OAS são mais petistas, o que nunca as impediu de, evidentemente, apoiar candidaturas de outros partidos. A ANDRADE GUTIERREZ é mais “tucana”, o que não a impede de apoiar outros partidos. Não é por mera coincidência, que estão juntas, entre outros projetos, na UHE Belo Mante (ver anexo especifico).

Especifica-se ainda, que tais empresas, utilizaram-se para alavancar seus negócios do BNDES, não só no Brasil mas também no exterior. Que esta lista sigilosa da CAE com financiamentos do BNDES para obras no exterior.

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Um instrumento bastante utilizado pela Presidente do BNDES, LUCIANO COUTINHO, é , de uma forma muito sutil, sinalizar com a aprovação de seus financiamentos, obrigando-os a viabilizar doações para campanhas eleitorais.

Ainda, que não há sombra de duvidas, que ao lado da JBS, foram os maiores doadares do país. O depoente acha, que caso algum dos executivas danas dessas empresas venham a calaborar nas investigações, cai a República.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.