A principal missão do governo Temer, resumida em 7 frases de Zeina e Loyola

Economista-chefe da XP Investimentos ex-presidente do Banco Central traçam o cenário para que o governo interino de Temer consiga conciliar reforma fiscal com corte de benefícios

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – O começo do caminho de Michel Temer já mostrou-se cheio de obstáculos, mas o que o do governo interino precisa ter em mente é uma única – porém complicadíssima – missão: colocar em vigor uma reforma fiscal abrindo mão dos direitos concedidos pelo estado, afirmam Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, e Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio-diretor da Tendências Consultoria. Ambos apresentaram suas análises em evento realizado no Instituto Millenium nesta quarta-feira (15), em São Paulo.

Além de analisar a “missão Temer”, Zeina e Loyola também mostraram entrosamento de ideias ao criticar a postura da Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo) em relação aos acontecimentos recentes. A economista da XP criticou a passividade ao anúncio de reajuste no salário dos servidores públicos, aprovado por Temer na semana passada.

“Eu queria ter visto o pato da Fiesp de volta. Eu senti falta do setor produtivo pressionando o governo pelo reajuste de salário dos servidores”, disse Zeina, fazendo referência ao pato inflado gigante que a Fiesp colocou em frente à sua sede durante as manifestações contra a presidente afastada Dilma Rousseff. Já o ex-presidente do BC chamou o pato de caolho, ele é só preocupado em reduzir impostos, mas não em diminuir o gasto público”.

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As 7 frases abaixo resumem a apresentação que os dois economistas fizeram para a plateia de empresários que se reuniram em São paulo. Confira:

Zeina Latif, economista-chefe da XP

– A missão de Temer é trazer normalidade ao País na economia. Não estamos falando de revolucionar o país, estamos falando, infelizmente, de trazer uma agenda conservadora que nos trará normalidade, o que já é muito no cenário atual do Brasil

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– O nome ponte do futuro – apenas o nome, sem olhar pro conteúdo – é sugestivo exatamente para isso: levar o Brasil pra um 2018 mais tranquilo nas próximas eleições

– Ano passado eu ia para Brasília e ficava desesperada. Esse ano, você enxerga uma percepção maior de necessidade de reformas por parte dos políticos

– As reformas do passado não surtem mais o mesmo efeito. Em outras reformas fiscais, simplesmente aumentamos a carga tributária, o que hoje é completamente inviável

Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central

– A Constituição de 1988 nos deu a ideia de que os direitos sociais são “graciosos” e não “onerosos”. Criou-se a ideia de que todo mundo pode ter almoço grátis

– O grande desafio de Temer é: como encarar a reforma fiscal abrindo mão dos direitos concecidos pelo Estado? Ainda há uma grande resistencia em adotar as medidas necessárias 

– Estou mais otimista com o governo Temer do que com a Dilma. Há duas grandes diferenças entre eles hoje: Temer é um “insider” da politica brasileira; e Temer nao tem esse ranço que a dilma “conquistou”

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Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers