A polêmica das “armas” para defender Dilma, o desabafo de Collor e mais frases da semana

A semana terminou sendo mais positiva para a presidente Dilma, mas isso não a livrou de muitas polêmicas; confira as frases que marcaram a semana

Lara Rizério

Brasília- DF 12-08-2015 Foto Lula Marques/Agência PT Presidenta, Dilma participa do encerramento da 5ª marcha das margaridas. Margaridas no estádio nacional de Brasília.

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SÃO PAULO – A semana terminou melhor do que tinha começado para a presidente Dilma Rousseff. Com a apresentação da “Agenda Brasil” pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), esfriando as falas sobre o impeachment, a presidente respira mais aliviada, mas também não está isenta de sofrer alguns “sustos” nos próximos dias. 

Aliás, no domingo, será testado o humor dos brasileiros. Entre discussões sobre se a manifestação do dia 16 contra a presidente será maior ou menor, por outro lado, as polêmicas sobre quem “defenderá Dilma” caso tentem derrubá-la ganhou forças no final desta semana. 

E, em um momento de crise, muitos gostam de dar conselhos. Nesta semana que passou, Dilma ouviu um desabafo um tanto inusitado, do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que renunciou para não sofrer impeachment. 

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Confira as frases que marcaram a semana:

“A senhora foi legitimamente eleita mas eu também fui”.
Fernando Collor de Mello, senador (PTB-AL) a Dilma em reunião que antecedeu o jantar no Palácio da Alvorada. O senador se queixou da chamada “judicialização da política” e à “instabilidade das instituições” por conta, segundo o político, da condução da Operação Lava Jato. 

“São problemas nossos. É claro que ela pode errar, como eu errei, como qualquer um erra, como vocês erram como mães. Nem sempre a gente faz as coisas que são aceitas 100% pelos filhos. Sabemos disso, mas quando ela errar, ela [a crise] é nossa e temos que ajudá-la a consertar para a gente poder fazer esse país ficar muito melhor”.
Lula, na 5ª Marcha das Margaridas, defendendo a presidente Dilma Rousseff e dizendo que “a crise é nossa”

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“Não julguem o governo por seis meses de mandato”
o ex-presidente, no mesmo evento. 

“Ele achou positivo, como achou a minha declaração da semana passada quando alertei para a gravidade da crise. E foi muito correto nessas afirmações. Elogiou o plano, acha que nós deveríamos trabalhar nele”
Michel Temer, vice-presidente da República, sobre Lula. Eles se reuniram na quarta-feira no Palácio do Jaburu. O objetivo é uma maior aproximação entre o governo e setores do partido. 

A fala polêmica do presidente da CUT…

“O que se vende hoje no Brasil é a intolerância, o preconceito de classe contra nós. Somos defensores da construção de um projeto nacional de desenvolvimento para todos e todas. Isso implica ir para a rua entrincheirados, com arma na mão, se quiserem tentar derrubar a presidente Dilma”.
Vagner Freitas, presidente da CUT, em evento “Diálogo com Movimentos Sociais” que contou com a presença da presidente Dilma

“Se sou contra a intolerância da direita que não aceita vitória da presidenta, não seria eu a praticar uma intolerância maior ainda”
Freitas, alegando que houve mal entendido após citar armas em defesa de Dilma.

“Não aceitamos que o povo pague a conta da crise. Não aceitamos nem aceitaremos o ajuste fiscal que fia os direitos trabalhistas e que corta o investimento social. Se é para ajustar, que se ajuste então em cima de quem não foi ajustado no nosso país”.
Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), afirmou que “a agenda do Brasil não é a agenda do Renan” ao falar sobre o pacote de medidas apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

…e as reações

Será que a fala do presidente da CUT é uma tentativa de intimidar quem está insatisfeito?”
Ana Amélia, senadora pelo PP-RS, sobre as declarações de Vagner Freitas 

“Quero dizer ao presidente da CUT e, principalmente aos brasileiros, que nós não vamos nos entrincheirar, nós vamos de cabeça erguida para as ruas de todo o Brasil no próximo domingo, levando como nossa única arma a Constituição do Brasil. Essa é a arma de que dispomos para fazer com que a lei seja cumprida”,
Aécio Neves, durante evento em Maceió, onde participou da campanha nacional de filiação do PSDB, realizada na véspera dos protestos contra a presidente Dilma. 

“Foi uma declaração infeliz do Freitas, uma força de expressão. Existe um movimento pra derrubar Dilma e o que ele quis dizer é que também há quem sairá para defendê-la”
Senadora Regina Sousa (PT-PI) garantindo que “se fizerem uma batida na CUT, não encontram nem arma de brinquedo”.
 

Janot contra Cunha – e Cunha contra Renan

“Até para leigos, é óbvio que a tentativa da Advocacia da União de invalidar provas colhidas no cumprimento da decisão do STF beneficia somente o parlamentar investigado”
Rodrigo Janot, procurador-geral da República, dizendo que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou o cargo para pedir que Advocacia-Geral da União (AGU) atue em sua defesa pessoal.

“A Câmara está disposta a participar de qualquer coisa que seja para o bem do país. Tem de saber que tipo de conteúdo. Até agora, vimos apenas um jogo de espuma, sem conteúdo concreto e utilizando parte da espuma que já vem da própria Câmara”
Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, dizendo que as propostas apresentadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chamadas de Agenda Brasil, são “jogo de espuma”.

“Será difícil levar o impeachment adiante”
Cunha, desta vez em entrevista ao Valor Econômico

“Evidente que pode haver diferença pessoal entre os presidentes da Câmara e do Senado. O que não pode haver, e não haverá, e o Brasil não permite, é a diferença das instituições. Conflito entre Câmara e Senado não devia existir”
Renan Calheiros, presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) minimizando os problemas de relação com o presidente da Câmara dos Deputados.

Dilma e o golpe

“Em noite assim como esta / eu cantando numa festa / ergo o meu copo e celebro / Os bons momentos da vida / e nos maus tempos da lida / eu envergo mas não quebro”
Dilma Rousseff, citando trecho de música “Envergo mas não quebro” de Lenine durante o encerramento da Marcha das Margaridas, em meio a gritos de “não vai ter golpe”

“A cultura do golpe existe ainda, mas não há condições materiais de ocorrer”,
Dilma, em entrevista ao SBT Brasil.  

Levy e a coragem de Dilma

“Consumo de álcool está crescendo, estamos na direção certa”
Joaquim Levy, ministro da Fazenda, em evento do Instituto Ethos, que lançou uma carta aberta ao Brasil sobre mudança do clima. Levy citou o maior uso deste tipo de combustível mas, tirada do contexto, ela pode dar outro entendimento em meio a esse cenário de crise econômica. 

“A presidente teve a coragem de por em segundo lugar sua popularidade e em primeiro as coisas que o País precisa para continuar avançando”
Joaquim Levy, em evento da Ancham em São Paulo na última sexta-feira, que contou com a presença do ex-ministro Delfim Netto.

Os milhões dos EUA e o Fed…

“Os Estados Unidos devem a Cuba o montante das indenizações referentes a danos, que equivalem a muitos milhões de dólares, como já denunciou nosso país com argumentos e dados irrecusáveis ao longo de suas intervenções nas Nações Unidas”
Fidel Castro, que completou na quinta-feira 89 anos, no texto intitulado A Realidade e os Sonhos, publicado no jornal oficial Granma.

“Acho que o momento da alta de juros está próximo”,
Dennis Lockhart, presidente do Fed de Atlanta, em um discurso preparado para o Atlanta Press Club

“A situação interessante em que estamos é que o emprego está crescendo bem rápido em relação ao desempenho anterior e, ainda assim, a inflação está muito baixa. E a preocupação…é não agir antes de virmos a inflação, assim como o emprego, voltando para níveis mais normais”
Stanley Fischer, vice-presidente do Fed, em entrevista à Bloomberg TV.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.