A estratégia de Alckmin para recuperar fiéis e desidratar Bolsonaro

Primeiro passo do tucano é recuperar terreno entre ex-eleitores do PSDB em São Paulo, onde apenas empata com o deputado nas simulações de primeiro turno

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Enquanto o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) ainda patina nas pesquisas de intenção de votos para a corrida presidencial, aliados começam a traçar estratégias para o tucano recuperar eleitores perdidos para o deputado Jair Bolsonaro (PSL), que hoje lidera a disputa nos cenários que desconsideram a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso há quatro meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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Alckmin vê eleitores que estiveram ao lado de uma candidatura do PSDB à presidência hoje apoiando outro candidato na disputa. O principal beneficiário deste movimento seria Bolsonaro. Para analistas políticos, os tucanos perderam o monopólio do antipetismo e agora terão de lutar para reconquistar espaço na cena nacional, sobretudo após escândalos envolvendo alguns de seus líderes.

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Conforme noticiou o jornal Folha de S.Paulo no último domingo, a ofensiva tucana deve começar por São Paulo. Apesar de ter governado o estado por mais de uma década, Alckmin enfrenta dificuldades para conquistar vantagem entre os eleitores. De acordo com pesquisa CNT/MDA feita entre os dias 2 e 5 de agosto, Lula lidera a corrida entre os paulistas, com 21,8% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 18,4% e Alckmin, com 14%, em empate técnico. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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Em um cenário sem a candidatura de Lula — que corre elevado risco de ser enquadrado pela Lei da Ficha Limpa e impedido de disputar –, Bolsonaro lidera com 18,9%, ao passo que Alckmin tem 15%. Em se tratando de seu próprio estado, o empate técnico tem sabor de derrota para o tucano.

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Um dos objetivos iniciais da campanha do candidato do PSDB seria reconquistar o eleitorado majoritariamente conservador e muito ligado ao agronegócio da região. Para tal, a imagem da vice, Ana Amélia (PP-RS), pode ser muito útil. Com bom trânsito entre os ruralistas, a senadora deverá ter papel relevante na campanha.

O desafio, porém, é grande. Além de liderar nas simulações estimuladas de primeiro turno para a corrida presidencial, Bolsonaro apresenta elevado patamar de votos espontâneos (quando os eleitores dizem em quem vão votar sem que sejam apresentados nomes pelos entrevistadores).

Segundo pesquisa XP/Ipespe, realizada entre 6 e 8 de agosto, o parlamentar tem 17% das intenções de voto neste cenário, tecnicamente empatado com Lula, que aparece com 15%. Outros candidatos não passam de 3%. Elevados patamares em pesquisas espontâneas mostram um maior grau de cristalização de apoio, o que dificulta a desidratação do candidato.

Por mais que conte com a maior estrutura partidária e tempo no horário de propaganda no rádio e na televisão, Alckmin terá grandes desafios pela frente.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.