6 ações para ficar de olho no pregão e os eventos que agitarão a semana

Confira os destaques desta segunda-feira (5) e da semana a que você deve se atentar

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A semana começa com os mercados digerindo o resultado do referendo realizado na Itália sobre uma reforma à Constituição local, com o “não” vencendo por 59% a 40%, e o consequente anúncio de renúncia pelo premiê Matteo Renzi. Na agenda local, destaque para as manifestações a favor da Lava Jato e as expectativas para o envio do texto da Reforma da Previdência pelo governo. A instabilidade política ainda figura entre as preocupações do mercado, que vê a dupla Ilan Goldfajn e Henrique Meirelles enfraquecida pelo desempenho da economia.

Na última semana, o Ibovespa acumulou perdas de 2,02%, encerrando o período a 60.316 pontos, com os investidores precificando o crescimento da instabilidade política. Já o dólar comercial encerrou o período cotado a R$ 3,4726 na venda.

No pregão desta segunda-feira (5), ações de seis companhias podem sofrer o impacto de alterações anunciadas em suas recomendações de compra. Fique de olho na Braskem (BRKM5), que foi elevada de neutra para overweight pelo JP Morgan; na Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que teve sua recomendação elevada de neutra para compra pelo Goldman Sachs; na Raia Drogasil (RADL3), que foi elevada para outperform pelo Banco do Brasil; na Sabesp (SBSP3), que foi elevada de manutenção para compra pelo HSBC; na Taesa (TAEE11), que foi elevada de underperform para market perform pelo Itaú BBA; na CTEEP (TRPL4), que foi rebaixada de outperform para market perform pelo Itaú BBA. 

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Confira os 5 eventos que agitarão o mercado nesta semana:

1. Bolsas mundiais
A sessão é de recuperação para as ações europeias após o impacto inicial negativo da renúncia do premiê da Itália, Matteo Renzi — o grande derrotado no referendo realizado no domingo, sobre o plano para uma grande reforma constitucional. Ainda em consequência à vitória do “não” na terceira maior economia do euro, a moeda regional registra recuo a seu menor patamar em 20 meses. O desfecho da votação foi entendida por alguns analistas como mais uma vitória do populismo no mundo.

Na Ásia, o índice de blue-chips da China teve a maior queda em seis meses nesta segunda-feira após o principal regulador de títulos alertar para aquisições “brutais” de ações. O anúncio do primeiro-ministro italiano de que renunciaria ao cargo fez com que os investidores fugissem de ativos de maior risco. Entre os indicadores econômicos, o crescimento do setor de serviços da China acelerou para uma máxima de 16 meses em novembro, com o PMI Caixin/Markit subindo para 53,1 em novembro, ante 52,4 em outubro.

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Às 8h03 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) +0,78%

* CAC-40 (França) +1,39%

*DAX (Alemanha) +1,72%

* Xangai (China) -1,20% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,26% (fechado)

* Nikkei (Japão) -0,82% (fechado)

*Petróleo brent +1,21%, a US$ 55,12 o barril

2. Tensão política
A escalada da tensão política em Brasília – e o que ainda pode surgir depois da assinatura da delação premiada da Odebrecht – deve se sobrepor à agenda doméstica de indicadores. Apesar do alívio momentâneo do Palácio do Planalto pelo fato de o presidente Michel Temer não ter sido alvo direto das manifestações deste domingo (4), a reação do mercado na semana passada evidencia que a lua-de-mel com o novo governo acabou. Principal foco dos protestos, o presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que colocará em votação nesta semana o projeto de lei que institui o crime de abuso de autoridade contra juízes, promotores e procuradores, visto como uma “vingança contra a Operação Lava Jato.

Além do embate direto da classe política com a força-tarefa de Curitiba e o Judiciário, que dificultam a tramitação de medidas do interesse do Planalto no Congresso, surgem críticas ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, por ainda não ter sido capaz de “entregar” a recuperação da economia, e ao presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, por conduzir um corte nos juros mais brando do que o necessário para viabilizar a retomada da atividade. É neste ambiente em que o presidente Temer pretende encaminhar ainda nesta semana o projeto da reforma da Previdência. Os investidores monitoram em que medida o governo federal terá condições de se sobrepor ao conturbado momento político para fazer avançar as aguardadas medidas do ajuste fiscal. Com esta preocupação no radar, os dados econômicos acabam em segundo plano.

3. Agenda econômica
No Brasil, o principal indicador a ser conhecido nesta semana é o IPCA de novembro, a ser divulgado pelo IBGE na sexta-feira (9), às 9h. A mediana das expectativas de 13 economistas consultados pela Bloomberg é de alta de 0,27%, ligeiramente acima dos 0,26% de outubro. Antes disso, na terça-feira (6), o mercado acompanha a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) para ver as sinalizações que o Banco Central dará sobre os próximos cortes de juros. 

Lá fora, os investidores se voltam para indicadores da zona do euro. Na terça-feira, será conhecido o PIB da região, às 8h, e, na quinta, a decisão de política monetária do BCE (Banco Central Europeu) concentra as atenções. Já nesta segunda-feira (5), a Markit divulga os PMIs Composto e de Serviços da Alemanha, às 6h55, da zona do euro, às 7h, e do Reino Unido, às 7h30. A semana também é carregada de dados da China. Na noite deste domingo foi divulgado o PMI de serviços e, ao longo da semana sem data marcada, o destaque é a balança comercial de novembro. Entre as informações dos Estados Unidos, os destaques ficam com os PMI Composto e de Serviços nesta segunda-feira, às 12h45, com a balança comercial de outubro na terça, às 11h30 e os estoques de petróleo, na quarta, às 13h30.

4. InfoMoney Fora da Curva
Estreia nesta segunda-feira o projeto InfoMoney Fora da Curva, que trará entrevistas em vídeo com alguns dos 10 personagens retratados no Livro Fora da Curva. A estreia foi com Florian Bartunek, fundador da Constellation – gestora com R$ 2 bilhões em ativos sob gestão e que tem Jorge Paulo Lemann como um dos sócios. Clique aqui para ver a entrevista

5. Noticiário corporativo
No radar, a Oi sinaliza que pode retirar a proposta de restringir por três anos que credores troquem parte da dívida por ações, em um sinal de que busca ganhar apoio de detentores de bônus para sair da recuperação judicial mais rapidamente, segundo a Reuters. Além disso, a Braskem foi elevada de neutra para overweight pelo JPMorgan, a Raia Drogasil foi elevada para outperform pelo Banco do Brasil, a Metalúrgica Gerdau teve sua recomendação alterada de neutra para compra, pelo Goldman Sachs, a enquanto a CTEEP foi rebaixada de outperform para market perform pelo Itaú BBA. 

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.