3 fatores de risco seguirão pressionando Petrobras no curto e médio prazo

Não bastasse alto endividamento e forte queima de caixa no segmento de abastecimento, a empresa informou ainda que foi autuada em R$ 8,8 bilhões pela Receita; visão negativa continua, disseram analistas da XP

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em sua segunda operação no mercado externo este ano, a Petrobras (PETR3; PETR4) captou na última segunda-feira (10) US$ 8,5 bilhões com a emissão de bônus. A operação teve uma leitura bem negativa do mercado, que vê na emissão uma expansão do risco quanto ao perfil do envidamento da empresa, enquanto a companhia segue queimando fortemente seu caixa no segmento de abastecimento, sem ver um alívio vindo do reajuste dos preços dos combustíveis. A visão do mercado foi bem clara nesse sentido: sem aumento nos preços, a situação seguirá ruim no curto e médio prazo para as ações da petrolífera em Bolsa. 

Em fevereiro, a Petrobras foi a empresa que mais encolheu em valor de mercado, segundo dados da consultoria Economatica. A estatal perdeu R$ 12 bilhões no mês passado na Bolsa, período no qual o Ibovespa caiu 1,14%. A leitura da XP Investimentos é que a companhia vai se enrolando com elevado endividamento, ao passo que o reajuste de preços necessário para dar uma folga à estatal parece não sair com a devida urgência que merecia. “Em suma, a visão negativa permanece”, disseram os analistas.

Segundo eles, se a nova captação não for utilizada para rolar outras dívidas, o grau de alavancagem da Petrobras, medido pela Dívida Líquida/Ebitda, pode superar 4 vezes. Esse indicador é uma espécie de termômetro para as agências de classificação de risco, e acima desse patamar pode sinalizar um possível corte de rating da estatal. Toda essa preocupação gerou na véspera uma forte queda das ações da Petrobras: as ordinárias recuaram 1,73%, enquanto as preferenciais registraram desvalorização de 2,33%. Com o desempenho negativo, os papéis PNs bateram o menor patamar desde dezembro de 2005, chegando a valer no intraday R$ 12,90. 

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Somado a isso, mais uma notícia negativa sobre a empresa foi divulgada nesta manhã. Em prospecto preliminar entregue à SEC (Security and Exchange Comission, a CVM dos Estados Unidos) ontem, em função da emissão de bônus, a empresa informou que recebeu cinco autos de infração da Receita Federal desde outubro do ano passado, no valor de R$ 8,8 bilhões. “Mais uma notícia negativa para a companhia se preocupar, não bastasse o alto endividamento e o segmento de abastecimento que corrói os resultados da companhia trimestre a trimestre sem reajuste de combustíveis”, disseram os analistas. O volume é equivalente a 37,2% do seu lucro líquido em 2013, de R$ 23,6 bilhões. 

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