2017 promete, diz Rio Bravo: muitos políticos terão a carreira “brutalmente interrompida pela Lava Jato”

Em relatório de estratégia de dezembro de 2016, gestora traça perspectivas sobre ano que se inicia, prevendo um ano positivo para a equipe econômica e grandes mudanças no quadro político

Lara Rizério

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SÃO PAULO – É generalizada a percepção de que 2016 foi longo, instável, confuso, um ano para esquecer, aponta a Rio Bravo em seu relatório de estratégias para dezembro, que também traz expectativas para 2017. 

Contudo, mesmo em um quadro bastante conturbado, os gestores apontam que a lista de realizações econômicas do longo quadrimestre final de 2016 parece um “autêntico milagre” se consideradas as perspectivas do início do ano. Segundo os gestores, tudo considerado, “a esperança venceu o medo em 2016”. O Ibovespa andou mais de 35%, o real ganhou perto de 20% e o risco Brasil, aferido pelo CDS, começou o ano em 495 pontos-base e terminou na faixa de 280 pontos-base.

“A aprovação da PEC do Teto foi uma importante demonstração de força, ainda que não seja suficiente para assegurar que o próximo desafio, a PEC da Previdência, terá o mesmo destino. Fora desse terreno constitucional, contudo, as iniciativas se multiplicaram em dezembro quando vieram diversas novidades no terreno micro, nem sempre medidas prontas, mas agendas bastante bem desenhadas de temas e seus respectivos tratamentos, como fez o Banco Central na entrevista concedida por seu presidente em 20 de dezembro”, aponta a gestora, citando as 4 medidas estruturais divulgadas pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn.

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De acordo com a gestora, as medidas econômicas ensaiam uma espécie de autonomia em relação ao noticiário político. “Afinal, a vida segue, o governo precisa governar e a recessão tem de ser revertida”, destaca a Rio Bravo. 

Para 2017, a Rio Bravo fez algumas previsões. A gestora aponta que a sorte já está lançada para muitos personagens do mundo político, “cujas carreiras serão brutalmente interrompidas pelas revelações da Lava Jato”, operação conduzida por Sérgio Moro. O ano promete, afirmam, assim como os anos posteriores, pois o material à disposição dos procuradores do Ministério Público é vasto. “Oxalá tenhamos uma renovação profunda na política, sem radicalismos, algo próximo de um conjunto vazio, o que é muito comum para os desejos de fim de ano”, aponta a gestora.

Com relação à pauta econômica, a expectativa é por uma política monetária benigna. Além disso, espera-se os indicadores de atividade comecem a reagir em algum momento depois do primeiro trimestre. “Ao mesmo tempo, o clamor pela responsabilidade fiscal vai ficando mais forte, diferentemente com o que se passou em outras batalhas críticas em torno desse assunto”, afirma ele. Segundo os gestores, em diversas querelas onde o populismo parece prevalecer, como é o caso da Previdência, “o clima é outro”. 

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Os gestores também apontam que a ampliação do raio de ação da área econômica, sobretudo pelo desenvolvimento de múltiplas agendas reformadoras, mesmo no terreno infra legal, será um determinante importante da restauração da confiança no decorrer do 2017. “Essa parece ser a tendência, na medida em que as autoridades econômicas vão ampliando seus quadros e vão ganhando domínio sobre os instrumentos à sua volta”, avaliam. Assim, a expectativa é de que a área econômica poderá “trabalhar mais e melhor” em 2017, ainda que pairem incertezas no ambiente político.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.