13 candidatos, 30 partidos: o balanço das convenções e o início da corrida presidencial

Com o fim do período de convenções partidárias, tem-se uma fotografia sobre a estrutura de cada campanha, palanques estaduais, tempo no rádio e na televisão e recursos financeiros disponíveis

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A confirmação do nome de Fernando Haddad como vice em chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) selou o fim do período das convenções partidárias, último passo antes do início das campanhas eleitorais. Agora, são 13 candidatos com vices confirmados para a corrida presidencial e todas as alianças delineadas, o que permite uma fotografia sobre a estrutura de cada campanha, palanques estaduais, tempo no rádio e na televisão e recursos financeiros disponíveis. Ao todo, 30 partidos ingressaram em alguma coligação para a disputa majoritária nacional. A tabela abaixo oferece um resumo das candidaturas:

CANDIDATO VICE COLIGAÇÃO
Lula Fernando Haddad PT, PROS, PCdoB
Jair Bolsonaro Gen. Hamilton Mourão PSL, PRTB
Marina Silva Eduardo Jorge Rede, PV
Geraldo Alckmin Ana Amélia PSDB, PSD, PP, PR, PTB, DEM, PRB, Solidariedade, PPS
Ciro Gomes Kátia Abreu PDT, Avante
Álvaro Dias Paulo Rabello de Castro Podemos, PSC, PRP, PTC
Henrique Meirelles Germano Rigotto MDB, PHS
Guilherme Boulos Paulo Rabello de Castro PSOL
João Amoêdo Christian Lohbauer Novo
João Goulart Filho Léo Alves PPL
Cabo Daciolo Suelene Balduino Nascimento Patriota
José Maria Eymael Helvio Costa PSDC
Vera Lúcia Hertz Dias PSTU

Eis algumas considerações sobre o saldo do período das convenções:

1 – O PT sai do período como entrou: mantém-se principal competidor pela esquerda, ao isolar Ciro Gomes e formalizar a aliança com o PC do B. A antecipação da indicação de Haddad como “plano B” — que na verdade é o plano A — dá nova voz ao partido. Mas a estratégia de registrar Lula dia 15 e só fazer a troca formal das candidaturas “a quente” segue em curso.

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2 – Jair Bolsonaro, depois de alguns reveses, encontrou um vice que, se não traz novos horizontes de votos, pelo menos dialoga diretamente com sua base de eleitores. E, neste momento, com um patamar superior a 20% de intenção de voto, é disso que ele precisa.

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3 – Geraldo Alckmin sai do período com o “dever cumprido”. Amarrou aliança com oito partidos, que dão a ele mais de 40% do tempo na televisão, sem precisar se atrelar formalmente ao MDB de Michel Temer. E ainda conseguiu uma vice que tem entrada em nichos do eleitorado de Bolsonaro. O desafio agora é falar com os eleitores e convencê-los a votar 45 na urna.

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4 – Apesar de as pesquisas não refletirem essa ordem, esse nos parece o primeiro pelotão a disputar as duas vagas no segundo turno. O PT como principal força de esquerda e o PSDB com ferramentas que, se bem usadas, lhe permitem tirar Bolsonaro da vaga “azul” do segundo turno. Existe espaço para o crescimento tucano, mas são a resiliência do eleitor de Bolsonaro e a capacidade de Alckmin de emplacar um discurso que atraia esse voto que dirão se ele terá êxito ou não. As candidaturas de Marina Silva e Ciro Gomes têm espaço para algum tipo de protagonismo, mas em grau menor que a dos outros três.

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5 – Daqui em diante, veremos duas batalhas principais. A primeira, da candidatura tucana tentando penetrar no eleitorado de Bolsonaro. O esforço para desconstruir o candidato do PSL será bruto. No outro espectro, Haddad, Ciro e Marina (ela um pouco menos, por ter um perfil de eleitor menos específico) duelarão pelo espólio de Lula.

6 – Haddad leva tão mais vantagem quanto mais permissiva for a Justiça, para em algum momento permitir manifestações eleitorais de Lula.

7 – Embora a campanha comece só no dia 16, nesta quinta já temos o primeiro debate, na Band. Será revelador da estratégia de cada campanha. A cobertura televisiva do dia dos candidatos, aí falamos de Jornal Nacional principalmente, se inicia também no dia 16. Não deve ter poder para alterar drasticamente o quadro das pesquisas, mas é um elemento a mais a começar a atrair a atenção do eleitor médio para o pleito.

8 – Institutos como Datafolha e Ibope costumam esperar a definição das candidaturas oficiais para rodar suas primeiras pesquisas durante a campanha. Com essa etapa vencida, devemos ter novos levantamentos rodando em breve.

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